Cláudio (que pediu para alterar o seu
nome), hoje com 42 anos, sofre de disfunção erétil desde os 22.
Descobriu o problema na noite de núpcias. “Foi frustrante. Porque
casamos virgens e passamos a lua de mel nessa tensão. Às vezes eu
conseguia, em outras não.”
Com o tempo, ele e a mulher se
acostumaram com a incerteza sobre como seria a noite. O nascimento do
casal de filhos e as novas preocupações fizeram com que o assunto fosse
deixado de lado.
Nos últimos anos, no entanto, a questão
voltou à tona. A dificuldade de ereção piorou e, após a insistência da
mulher, Cláudio recorreu ao médico. Começou a tomar remédio. “Melhorou.
Mas é difícil assumir que você depende de uma pílula para ser ‘homem de
verdade.’”
A história de Cláudio parece incomum,
mas não é. Quase metade dos homens com mais de 40 anos no Brasil sofrem
de disfunção erétil. Os últimos dados da Sociedade Brasileira de
Urologia (SBU), de 2010, mostram que 25 milhões de brasileiros têm algum
grau do problema, sendo 11,3 milhões afetados com os níveis moderado e
completo de disfunção erétil.
A estimativa é de que a disfunção erétil
afete 48,8% dos homens no País. Antônio de Moraes Júnior, chefe do
departamento de andrologia da SBU, afirma que, apesar de o problema
atingir principalmente homens acima de 40 anos, há ocorrências em jovens
também. Nesses, é mais comum o grau leve. Após os 40, a incidência
maior é a dos graus moderado e completo.
“É um problema no mundo inteiro,
estima-se que serão 325 milhões de homens com disfunção erétil em 2025.
Porém é importante desmistificar o assunto e mostrar que há solução para
qualquer um dos casos”, disse.
Levando em conta que a disfunção erétil
atinge muitas pessoas, tem tratamento e ainda há muita desinformação
sobre o assunto, a SBU criou a campanha De Volta ao Controle, com
informações sobre a disfunção erétil e tratamentos.
Tem tratamento
Moraes Júnior explica que a doença pode ser causada tanto por causas
psicológicas, motivo mais comum entre os jovens, quanto orgânica,
relacionada a problemas neurológicos, vasculares e endócrinos, mais
comum em pessoas com mais de 40 anos.
“A disfunção erétil pode ser um marcador
de doenças vasculares. A pessoa precisa verificar se tem diabetes,
pressão alta, cardiopatia”, disse. O médico afirma que fatores como
tabagismo, obesidade, sedentarismo e alcoolismo também podem
influenciar.