O Brasil e a China estão entre os países com maiores índices de
cobertura de vacinas, com 99,7% e 99,9% da população-alvo imunizada em
2016, respectivamente. Os dados são do Instituto de Métricas e Avaliação
de Saúde (IHME) da Universidade de Washington e foram publicados hoje
(15) na revista The Lancet.
O documento, que traz
análises sobre a evolução dos países rumo aos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), foi produzido em colaboração com a
Fundação Bill & Melinda Gates e contou com 2.518 colaboradores em
133 países. O relatório analisa o progresso dos países em direção a cada
um dos 37 indicadores relacionados à saúde. Os países foram
classificados por suas pontuações globais para mostrar os desempenhos
relativos, bem como permitir comparações entre eles.
O índice
geral de uma nação é baseado em uma escala de zero a 100. Cingapura foi o
país com maior pontuação (87), seguido de perto pela Islândia e Suécia
(86 ambos). As nações de menor pontuação foram o Afeganistão, a
República Centro-Africana e Somália, cada uma com 11 pontos. O Brasil
registrou 63 pontos.
"Com essas descobertas, as autoridades de
saúde nos países podem distinguir melhor os desafios de longa data dos
emergentes, bem como revisar e reorientar os programas necessários para
atingir os objetivos de suas nações", afimrou Christopher Murray, autor
do estudo e diretor da IHME.
Em relação ao histórico do Brasil no
indicador de vacinação, o país registrava, em 1990, 80,7% da
população-alvo vacinada. Apenas dois anos depois, em 1992, o percentual
caiu para assustadores 52,6%. A partir desse ano, o índice voltou a
subir, alcançando os atuais 99,7%. A expectativa para 2030 é de que o
Brasil tenha 100% de cobertura nesse indicador.
De acordo com o relatório, muitos países já atingiram alguns dos
objetivos relacionados à saúde, incluindo mortalidade de menores de 5
anos, mortalidade neonatal, mortalidade materna e malária.
No
Brasil, por exemplo, a mortalidade de crianças com menos de 5 anos de
idade caiu de 52 a cada 1.000 nascidos vivos, em 1990, para 16,9, em
2016. O objetivo é que, em 2030, as mortes de crianças com menos de 5
anos de idade sejam de menos de 25 por 1.000 nascidos vivos.
No
entanto, no indicador de prevalência de sobrepeso entre crianças de 2 a 4
anos, o Brasil não apresentou bons resultados. Enquanto em 1990, o
índice era 14,3% de crianças nessa faixa etária acima do peso, em 2016
foram registrados 32,6%, mais do que o dobro. A previsão para 2030 é de
que esse dado chegue a 45,9%.
Apenas como comparação, os Estados
Unidos, por exemplo, registraram, em 2016, 24% de crianças acima do
peso. A França teve 21,3%; Portugal, 31,7%; a Argentina, 17,4%. O
relatório mostrou que o excesso de peso na infância continua a
representar um desafio significativo nos países de baixa e alta renda.
Com
base nas tendências passadas, os pesquisadores descobriram que menos de
5% dos países deverão atingir os objetivos de muitos indicadores
relacionados à saúde, incluindo mortalidade por traumatismo rodoviário,
tuberculose, excesso de peso na infância, indicadores de violência, como
violência de parceiros íntimos e mortalidade por suicídio.
As informações completas do relatório podem ser acessadas nos seguintes sites: