O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
afirmou, ontem quarta-feira (15), que o ministro da Justiça e Segurança
Pública, Flávio Dino, vem sendo alvo de “absurdos ataques
artificialmente plantados”. Em publicação
nas redes sociais, Lula condenou as fake news que estão sendo
divulgadas sobre um suposto encontro de Dino com a representante de uma
facção criminosa do Amazonas.
“Ele já disse e reiterou que jamais
encontrou com esposa de líder de facção criminosa. Não há uma foto
sequer, mas há vários dias insistem na disparatada mentira”, escreveu
Lula. Na publicação, o presidente destacou as ações da pasta na defesa
da democracia, no combate ao “armamentismo selvagem”, no enfrentamento
ao crime organizado, ao tráfico e às milícias e na proteção da Amazônia.
“Essas ações despertam muitos adversários,
que não se conformam com a perda de dinheiro e dos espaços para suas
atuações criminosas. Daí nascem as fake news difundidas numa clara ação
coordenada. Nós reiteramos: não haverá recuos diante de criminosos e
seus aliados, estejam onde estiverem, sejam eles quem forem”,
acrescentou o presidente.
Na última segunda-feira (13), o jornal O Estado de S.Paulo
publicou que secretários do Ministério da Justiça receberam, dentro do
prédio sede da pasta, em Brasília, a esposa de um líder de facção
criminosa. Segundo o veículo, Luciane Barbosa Farias, conhecida como
“dama do tráfico amazonense”, esteve com o secretário Nacional de
Assuntos Legislativos, Elias Vaz, no dia 19 de março, e com o secretário
Nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco Brandani, em 2 de maio.
Em resposta ao jornal, o Ministério da
Justiça informou que Luciane integrou uma comitiva de advogados e que
era “impossível” o setor de inteligência detectar previamente sua
presença. O secretário Elias Vaz assumiu a responsabilidade e, pelas
redes sociais, informou que recebeu solicitação de audiência por parte
de Janira Rocha, ex-deputada estadual no Rio de Janeiro e
vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Associação
Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim).
Segundo ele, Luciane estava como
acompanhante de Janira e se limitou a falar sobre supostas
irregularidades no sistema penitenciário, representando a Associação
Instituto Liberdade do Amazonas. “Por esta razão, foi sugerido à
advogada Janira Rocha que procurasse a Secretaria Nacional de Políticas
Penais. Tenho uma longa trajetória parlamentar e política, sempre com a
marca da seriedade. Atendi a advogada Janira Rocha e acompanhantes por
conhecer a citada profissional e ela desejar falar sobre vítimas de
homicídios. Repudio qualquer envolvimento abjeto e politiqueiro do meu
nome com atividades criminosas”, afirmou Elias Vaz.
Em nota, a Anacrim informou que, mesmo
Janira fazendo parte da diretoria estadual do Rio de Janeiro, não houve
solicitação em nome da associação. “Somente o presidente nacional e os
presidentes estaduais (neste caso em conjunto com a presidência
nacional), guardam a prerrogativa estatutária de agendamentos dessa
natureza, e isso jamais ocorreu”, diz.
“[Janira Rocha] faz parte de diversos
movimentos sociais e, neste sentido, por sua atuação pessoal e de outras
entidades, levou ao Ministério da Justiça a legítima reivindicação de
tratamento digno à família de presos, especialmente nos presídios
federais, onde não há resquício de tratamento digno ou humano, pauta que
somente a advocacia criminal conhece, mas que, infelizmente, não
interessa à pequena parte conservadora dos veículos de comunicação”,
acrescentou a Anacrim.