A ciência já comprovou há alguns anos que, além de outros problemas
de saúde, o abuso de álcool pode diminuir o volume do cérebro. A bebida
atinge principalmente a superfície do órgão, o córtex (popularmente
chamado de massa cinzenta), zona responsável pela capacidade de refletir
e falar, e que também está relacionada aos cinco sentidos de percepção.
Um
novo estudo mostrou, porém, que o cérebro pode se recuperar quando o
indivíduo deixa de beber, e esse fenômeno acontece de forma até mais
rápida do que esperavam os médicos. Em sete meses sem bebida, o cérebro
consegue reparar quase todos os danos causados pelo álcool em sua
estrutura.
O efeito de regeneração
foi demonstrado em um estudo realizado por psiquiatras e radiologistas
das universidades de Stanford e da Califórnia, nos Estados Unidos. A
pesquisa foi feita com 88 indivíduos alcoólatras e publicada em agosto
na revista Alcohol.
O cérebro pós-álcool
A investigação revelou que os 40 dependentes de álcool que
conseguiram se manter longe da substância por sete meses e uma semana
alcançaram quase o mesmo volume cerebral esperado de alguém que não
abusa da bebida.
Os resultados dos dois grupos foram iguais em 24 das 34 regiões do
cérebro mapeadas nos exames de ressonância. Nas 10 outras regiões, a
diferença era pequena.
Outra boa notícia para quem está pensando em parar de beber é que boa
parte dos danos é revertido já no primeiro mês, com o ritmo de ganho de
massa cinzenta do cérebro desacelerando ao longo do tempo em que o
indivíduo se mantém abstêmio.
A recuperação do cérebro pós-álcool foi mais lenta nos casos de
pessoas que mantinham outros comportamentos pouco saudáveis, como fumar,
ter pressão alta descontrolada ou colesterol alto.
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