A governadora Fátima Bezerra encaminhou ontem quinta-feira (8) à
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) quatro projetos de
lei que tratam da recomposição salarial do funcionalismo público
estadual. Se aprovados, os projetos devem beneficiar mais de 20
categorias de servidores ativos, aposentados e pensionistas do Executivo
Estadual, além de docentes e técnicos da UERN.
Entre os projetos enviados, um trata da revisão anual dos servidores,
outro é específico para os servidores da Segurança Pública, um abrange
os servidores da Administração Direta e Indireta, e o último contempla
os docentes e técnicos da UERN.
A governadora Fátima Bezerra explicou que o pacote de leis constitui
uma política duradoura, permitindo uma revisão salarial permanente para
mais de 60 mil servidores públicos civis e militares do Estado.
“O fato mais importante e histórico é que, com a aprovação deste
projeto de lei, os servidores passarão a ter uma política permanente de
recomposição salarial. Isso significa que, uma vez sancionada, essa
medida deixará de ser uma iniciativa de governo e se tornará uma ação do
Estado”, afirmou Bezerra.
Durante a assinatura da mensagem à Assembleia Legislativa, que
ocorreu no auditório da Governadoria do Estado, a governadora destacou
que algumas categorias estão há quatro anos com salários, aposentadorias
e pensões congelados.
Ela ressaltou ainda que os projetos enviados são fruto de diálogo
permanente com os servidores estaduais ao longo da atual gestão. “É o
momento de reconhecer o esforço coletivo em valorizar nossos servidores
públicos”, reforçou.
De acordo com o secretário de Administração do Estado, Pedro Lopes, a
recomposição será aplicada anualmente, com base no Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, a partir de
2025. “Em nosso governo, estamos avançando na garantia dos direitos dos
servidores”, pontuou.
Recomposição vai beneficiar mais de 63 mil servidores
Com os projetos, o Governo assegura a todos os servidores ativos,
aposentados e pensionistas com paridade do Poder Executivo Estadual a
recomposição salarial dos anos de 2023 a 2025, conforme o IPCA,
estimando uma concessão que alcance entre 13% e 14% entre janeiro de
2025 e abril de 2026. O impacto estimado na folha de pessoal é de R$ 60
milhões por mês.
Serão beneficiados 32.063 servidores ativos, 25.979 aposentados e
5.673 pensionistas, totalizando 63,7 mil pessoas. Acrescentando 1.210
docentes e 903 técnicos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN), ao todo, 65.828 servidores serão incluídos nos projetos.
Entre as categorias do Poder Executivo Estadual beneficiadas estão
policiais militares, civis e penais, bombeiros, analistas e assessores
jurídicos da PGE, técnicos tributários da Fazenda, servidores do Itep,
da Administração Direta (LC 432/2010), da Saúde, da PGE e do Gabinete
Civil. Além destes, o pacote também beneficiará servidores da
Controladoria, do Detran, do DER, do Ipern, da Fundação José Augusto, da
Jucern, da Emater, da Fundase, do Idiarn, do Idema, os antigos
servidores do Bandern e os empregados públicos da Datanorte.
O secretário Pedro Lopes explicou que parte desse grupo de servidores
estava sem receber qualquer reajuste salarial desde 2020 e a maioria
teve suas recomposições em 2022, após mais de dez anos com salários
congelados. “A ideia é que, com a implantação da recomposição salarial, a
perda de poder aquisitivo dos funcionários públicos no RN seja
estancada”.
Não são abrangidos pela política de revisão salarial permanente os
servidores integrantes de carreiras que possuem regramento específico em
legislação própria, como os servidores do magistério, procuradores e
auditores estaduais.
A diretora do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Saúde do
Rio Grande do Norte (Sindsaúde), Rosália Fernandes, comemorou o envio
do projeto de lei de recomposição salarial. “Há muito tempo, os
servidores aguardam por essa recomposição. Trata-se de uma vitória para
todos, incluindo os aposentados, com o objetivo de resgatar os direitos
dos servidores, que são merecidos e justos”, afirmou.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis e
Servidores da Segurança do Rio Grande do Norte (Sinpol-RN), Nilton
Arruda, a atualização da política salarial é reflexo do diálogo entre o
Governo do Estado e os servidores estaduais. “É uma conquista
significativa para nós, profissionais da Polícia Civil. Essa
recomposição nos motiva a continuar nos empenhando para diminuir ainda
mais os índices de violência que afetam nosso estado”, concluiu.