A menos de dois meses para a próxima Copa do Mundo de Futebol, a
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
estima que o Mundial de Futebol deverá gerar um impacto positivo de R$
1,51 bilhão no faturamento do comércio varejista brasileiro. Confirmada a
previsão, e mesmo com a limitação do avanço do emprego, haveria um
aumento de 7,9% em relação às vendas registradas no mesmo período de
2014, quando o varejo nacional contabilizou um faturamento extra de R$
1,39 bilhão por conta do evento, a ser realizado na Rússia pela Fifa, de
14 de junho a 15 de julho.
Historicamente, os segmentos especializados nas vendas de
eletroeletrônicos e eletrodomésticos, além de artigos de vestuário
esportivo, são os mais impactados de forma positiva. Especificamente
para o Mundial deste ano, a expectativa da CNC é que o ramo de
eletroeletrônicos, em que se concentram as vendas de televisores, deva
responder por praticamente metade (49,4%) do faturamento do setor
decorrente do evento.
Importados podem voltar às lojas
Influenciados por uma estabilidade relativa da taxa de câmbio nos
últimos meses, os importados deverão voltar às prateleiras, sobretudo os
televisores, cuja importação cresceu 59% nos seis últimos meses,
totalizando 5,5 milhões de aparelhos, contra 3,4 milhões verificados no
mesmo período do ano passado. “Além das importações, a indústria
nacional também acelerou a produção de eletrônicos para fazer frente ao
aumento sazonal de demanda. De acordo com o IBGE, no primeiro bimestre
de 2018 a fabricação de produtos eletrônicos, de informática e óticos
avançou 31,5% em relação aos dois primeiros meses do passado”, explica
Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica e autor do estudo.
Outro dado que reforça a tendência é a diferença entre os preços dos
televisores novos e os preços dos serviços de manutenção: os preços dos
televisores apresentaram alta de 1,1% nos quatro últimos anos, variação
significativamente inferior à dos serviços de manutenção (+14,8%) e à do
próprio IPCA (+25,4%) no período. Finalmente, do ponto de vista da
inflação, os preços, a taxa de juros em queda e prazos maiores de
pagamento criam condições mais favoráveis do que há um ano. Considerando
as taxas de juros e os prazos médios vigentes no varejo, houve redução
das prestações tanto em termos nominais (-7,9% ante fevereiro de 2017)
quanto em termos reais (-10,2% no mesmo período, descontando-se a
inflação). Na comparação com o Mundial de 2014, a prestação média
apresenta recuo real de 18,2%.
Região Sul se destaca no ranking dos estados
Doze estados concentrarão 86% da receita gerada, sendo, naturalmente,
São Paulo (34,7%), Rio de Janeiro (8,5%) e Minas Gerais (8,3%) aqueles
cujo impacto tende a ser mais significativo. Entretanto, quando
comparado ao Mundial de 2014, as maiores taxas de crescimento deverão
ser verificadas em Santa Catarina (+24,8%) e no Rio Grande do Sul
(+20,9%).