Os cães foram domesticados há séculos, mesmo assim eles ainda
conservam um instinto próprio. Farejar, correr, latir e morder são
características herdadas dos ancestrais lobos e que, dependendo da
situação, irão reaparecer. Então, se o animal se sentir ameaçado por uma
pessoa, por exemplo, ele fará de tudo para se defender e o risco dela
levar uma mordida de cachorro é bem grande.
Costuma-se ter medo apenas dos cães mais bravos, aqueles já
conhecidos pela agressividade. Mas é preciso tomar cuidado com qualquer
um, já que até o mais dócil e carinhoso pode atacar. Não é atoa que, no
Brasil, milhares de pessoas dão entrada nos hospitais todo ano após
levarem uma mordida de cachorro. A maior parte delas são crianças.
Os diferentes tipos de mordida.
As mordidas podem causar quatro diferentes tipos de lesão, leve
(arranhões), perfuração, dilaceração ou esmagamento. Isso vai depender
desda força que o animal possui na mandíbula até a forma e intensidade
que ele atacou. O tratamento é feito de forma diferente em cada
situação.
A
lesão leve, ou seja, a que ocorreu apenas arranhões, é a menos
preocupante. Como o ferimento não chegou a sangrar, o risco de infecção é
bem reduzido e o tratamento pode ser feito em casa mesmo, como
antisépticos e cicatrizantes.
No caso da lesão por perfuração a pessoa deve se preocupar bastante.
Isso porque a mordida foi profunda e a saliva do animal provavelmente
infectou o machucado, que é pequeno e “protegido”, com condições plenas
da para a multiplicação das bactérias. Esse tipo é o que possui maior
risco de infecção e complicações posteriores.
Já as lesões por dilaceração e por esmagamento o animal morde e
movimenta o maxilar de um lado para o outro. São as que possuem maior
probabilidade de causar lesões internas graves ou até mesmo fraturas
externas.
Perigos para a saúde.
Antigamente a principal preocupação de quem havia sido mordido por um
cachorro era se contaminar com raiva. Como a doença está praticamente
erradicada, atualmente não se fala tanto dela, mas é preciso ficar
atento já que não há um tratamento eficaz e a taxa de mortalidade beira
os 100%. Verificar se a pessoa mordida e o cachorro que mordeu possuem
vacina de raiva é uma atitude muito importante.
Leishmaniose, sarna e leptosprose são zoonoses que também podem ser
transmitidas pela mordida. Consideradas doenças pirigosas possuem casos
de fatalidade.
Hoje em dia o que mais assusta são as bactérias e as possibilidades
de infecção. Na boca de um cachorro existem mais de 50 tipos diferentes
de bactérias, a maior parte delas causa sérios riscos quando presentes
na corrente sanguínea humano. Dentre elas estão as do gênero
Pasteurella, consideradas as mais perigosas.
Os sintomas da infecção costumam aparecer poucas horas depois. Febre,
inchaço, necrose, pus e dor são alguns deles. O ideal é que a pessoa
não espere que eles apareçam para só então procurar ajuda médica. Quanto
mais rápido se iniciar um tratamento, melhor será a recuperação.
O que fazer.
Em todos os casos, exceto o da lesão leve, o indicado é procurar um
médico imediatamente. Mas, antes de dar entrada no hospital alguns
procedimentos emergenciais podem ser feitos. Lavar o local com água
corrente e sabão instantes depois do ocorrido ajuda a diminuir os riscos
de infecção. Depois disso, o sangramento deve ser estancado com uma
toalha limpa, por exemplo.
O tratamento será feito de acordo com cada caso. Geralmente ocorre
uma limpeza da ferida, aplicação de pontos e indicação de antibióticos.
Todos os casos que possuem suspeita de infecção recebem o remédio.
Outros medicamentos podem ser receitados, como anti-inflamatórios e
analgésicos.
Como evitar ser mordido.
Como boa parte dos casos registrados acontecem com crianças, a
primeira saída é nunca deixar um cachorro sozinho com os pequenos, já
que eles gostam de puxar o rabo, apertar e o animal pode não gostar
disso. E não importa se o cachorro for muito manso, sempre precisa ter
um adulto por perto.
Quando se trata de animais desconhecidos, o cuidado deve ser
redobrado, já que não se sabe qual tipo de comportamento se trata.
Tomando cuidado e respeitando o espaço do animal, os riscos de receber
uma mordida de cachorro diminuem bastante. Via iG.