Em meio a um mercado editorial dominado por gigantes, novas e
pequenas editoras tentam buscar espaço com diferentes estratégias para
alcançarem um objetivo comum: fazer o livro chegar ao leitor. O tema foi
debatido hoje (9) no espaço Café Literário, da Bienal do Livro do Rio
de Janeiro, na mesa Novas Editoras.
Karla Melo, da editora
Confraria do Vento, destacou que a essência do trabalho deve ser
contribuir para a formação de leitores. “Fico impressionada com o número
de publicações no Brasil. Tem editora com 70 publicações por mês, mas
meu país está lendo desse jeito? As redes sociais são importantes para
divulgar a marca e fixar, mas é complicado atrair o leitor. Apostando
nisso, somos pequenos sim, mas claro que queremos que nossos livros
cheguem ao máximo de leitores. A gente vai nessa batalha de encontrar
bons autores e buscar um público. O entusiasmo é o que nos mantém nessa
guerrilha pelo livro”, ressaltou.
Segundo o Sindicato Nacional
dos Editores de Livros (Snel), em 2016, o setor editorial brasileiro
produziu 427,2 milhões de exemplares, vendeu 385,1 milhões e faturou R$
5,27 bilhões, com a edição de 51,8 mil títulos, dos quais 17,37 mil
novos.
Com os primeiros títulos lançados há apenas três meses,
Flávio Moura, da editora Todavia, disse que a ideia não é “travar uma
batalha” com as grandes editoras, mas sim, buscar mercados e leitores
distintos. “Claro que é difícil brigar num espaço tomado por tantos
grandes. A primeira dificuldade é fazer com que saibam dos seus livros.
Vamos na linha de apostar num nome novo, um autor não tão conhecido. É
um pouco guerrilha mesmo. Apostamos no Instagram, no Facebook, em
eventos de lançamento. É difícil fazer com que as pessoas compareçam”,
explicou.
Segundo Moura, os livros de ficção lançados no Brasil
vendem, em média, 3 mil exemplares, chegando a 10 mil em casos de grande
sucesso. “Dos 200 milhões de pessoas do país, 44% se declaram como não
leitores, ou seja, não leram nenhum livro nos últimos 12 meses. Então,
como fazer? Precisamos de investimentos no longo prazo para que tenhamos
mais leitores no país. Vamos indo até achar um jeito de ver o livro ser
escoado e encontrar seu leitor”, comentou.