sábado, setembro 09, 2017

Novas editoras debatem na Bienal a renovação do mercado editorial brasileiro.

Em meio a um mercado editorial dominado por gigantes, novas e pequenas editoras tentam buscar espaço com diferentes estratégias para alcançarem um objetivo comum: fazer o livro chegar ao leitor. O tema foi debatido hoje (9) no espaço Café Literário, da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, na mesa Novas Editoras.

Karla Melo, da editora Confraria do Vento, destacou que a essência do trabalho deve ser contribuir para a formação de leitores. “Fico impressionada com o número de publicações no Brasil. Tem editora com 70 publicações por mês, mas meu país está lendo desse jeito? As redes sociais são importantes para divulgar a marca e fixar, mas é complicado atrair o leitor. Apostando nisso, somos pequenos sim, mas claro que queremos que nossos livros cheguem ao máximo de leitores. A gente vai nessa batalha de encontrar bons autores e buscar um público. O entusiasmo é o que nos mantém nessa guerrilha pelo livro”, ressaltou.

Segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), em 2016, o setor editorial brasileiro produziu 427,2 milhões de exemplares, vendeu 385,1 milhões e faturou R$ 5,27 bilhões, com a edição de 51,8 mil títulos, dos quais 17,37 mil novos.

Com os primeiros títulos lançados há apenas três meses, Flávio Moura, da editora Todavia, disse que a ideia não é “travar uma batalha” com as grandes editoras, mas sim, buscar mercados e leitores distintos. “Claro que é difícil brigar num espaço tomado por tantos grandes. A primeira dificuldade é fazer com que saibam dos seus livros. Vamos na linha de apostar num nome novo, um autor não tão conhecido. É um pouco guerrilha mesmo. Apostamos no Instagram, no Facebook, em eventos de lançamento. É difícil fazer com que as pessoas compareçam”, explicou.

Segundo Moura, os livros de ficção lançados no Brasil vendem, em média, 3 mil exemplares, chegando a 10 mil em casos de grande sucesso. “Dos 200 milhões de pessoas do país, 44% se declaram como não leitores, ou seja, não leram nenhum livro nos últimos 12 meses. Então, como fazer? Precisamos de investimentos no longo prazo para que tenhamos mais leitores no país. Vamos indo até achar um jeito de ver o livro ser escoado e encontrar seu leitor”, comentou.

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