Um homem de 26 anos engordou 102 quilos durante os cinco meses que ficou
em isolamento social no distrito de Wuchang, em Wuhan, na China, onde
começou o surto de coronavírus em dezembro. Obeso desde a infância, Zhou
tem hoje 1,75 metro e 279 quilos. No final de 2019, ele foi a consultas
visando a perder peso, mas não conseguiu atingir o objetivo. À época,
ele tinha 177 quilos. Devido a uma série de problemas de saúde causados
ao longo deste período, o jovem foi internado e passou 11 dias na UTI.
Segundo a equipe médica do Hospital Zhongnan, da Universidade de
Wuhan, o excesso de peso do rapaz prejudica sua rotina de diversas
maneiras, impedindo-o até mesmo de deitar, o que dificulta muito a ter
uma boa noite de sono. Ele também sofre de depressão, insuficiência
cardíaca e disfunção respiratória.
A OMS alerta que a obesidade corresponde ao quinto maior risco de
morte no mundo. São registradas em média 2,8 milhões de mortes a cada
ano.
Diante dos problemas de saúde, Zhou, funcionário de um cibercafé,
procurou ajuda do médico Li Zhen, vice-diretor do Centro de Obesidade e
Cirurgia Metabólica do Hospital Zhongnan, no dia 31 de maio. Ele não
saía de casa desde janeiro, quando Wuhan entrou em confinamento devido
ao coronavírus.
Impressionado com o estado do paciente, Zhen coordenou uma ação com
vários departamentos da unidade para organizar um tratamento no dia 1º
de junho, quando Zhou foi levado ao centro de emergência e foi logo
transferido para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Li Zhen explicou que a obesidade de Zhou é causada por fatores
genéticos somados ao estilo de vida e que, atualmente, não existe um
tratamento particularmente eficaz.
Após mais de uma semana na UTI, a condição do paciente foi sendo
gradualmente controlada e, nesta quinta-feira, dia 11, ele estava fora
de perigo. Seus sinais vitais ficaram estáveis e ele poderia ser
transferido para a enfermaria geral do Centro de Cirurgia Metabólica e
Obesidade.