Ministério da Saúde informou ontem quarta-feira (11) que está
monitorando 28 casos suspeitos de um tipo de hepatite aguda infantil de
origem até agora desconhecida. São dois no estado do Espírito Santo,
quatro em Minas Gerais, três no Paraná, dois em Pernambuco, sete no Rio
de Janeiro, dois em Santa Catarina e oito em São Paulo.
“Os casos seguem em investigação. Os centros de informações
estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) e a Rede Nacional de
Vigilância Hospitalar (Renaveh) monitoram qualquer alteração do perfil
epidemiológico, bem como casos suspeitos da doença”, disse a pasta em
comunicado.
O ministério orientou os profissionais de saúde a notificar imediatamente à autoridade sanitária os casos suspeitos da doença.
A hepatite de origem desconhecida está acometendo crianças em, ao
menos, 20 países. A doença se manifesta de forma muito severa e não tem
relação direta com os vírus conhecidos da enfermidade. Em cerca de 10%
dos casos foi necessário realizar o transplante de fígado.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 200 casos, até o
último dia 29, haviam sido reportados no mundo, a maioria (163) no
Reino Unido. Houve relatos também na Espanha, Israel, Estados Unidos,
Dinamarca, Irlanda, Holanda, Itália, Noruega, França, Romênia, Bélgica e
Argentina. A doença atinge principalmente crianças de um mês a 16 anos.
Até o momento, foi relatada a morte de uma criança.
Em comunicado divulgado em 23 de abril, a OMS disse que não há
relação entre a doença e as vacinas utilizadas contra a covid-19. “As
hipóteses relacionadas aos efeitos colaterais das vacinas covid-19 não
têm sustentação pois a grande maioria das crianças afetadas não recebeu a
vacinação contra a covid-19”.
Em nota divulgada no início de abril, a Agência Nacional de Saúde do
Reino Unido, país com o maior número de casos relatados, disse também
que não há evidências de qualquer ligação da doença com a vacina contra o
coronavírus. “A maioria das crianças afetadas tem menos de cinco anos,
jovens demais para receber a vacina”.
Sintomas
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da OMS
nas Américas e Caribe, os pacientes da hepatite aguda apresentaram
sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia, vômitos, e
icterícia (quando a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas).
Não houve registro de febre.
O tratamento atual busca aliviar os sintomas e estabilizar o paciente
se o caso for grave. As recomendações de tratamento deverão ser
aprimoradas, assim que a origem da infecção for determinada.
Os pais devem ficar atentos aos sintomas, como diarreia ou vômito, e
aos sinais de icterícia. Nesses casos, deve-se procurar atendimento
médico imediatamente.
Um detalhamento dos sintomas da doença pode ser encontrado no site da Opas.