Nós
negras, pertencentes a essa imensa faixa do continente americano, chegamos aqui
a partir do século XVI para conhecer o peso das chibatas cortantes em nossa
pele, e para convivermos com todos os tipos de exploração e violência do homem
e da mulher branca. A nós foram negadas o direito de ser mãe, de ser mulher,
nos tiraram os cultos a nossas divindades e qualquer dignidade que merece um
ser humano. Fomos humilhadas, espancadas e mortas, mas isso não nos tirou a
esperança de dias melhores, nossos sonhos se espalharam, nossas esperanças de
liberdade mantiveram-se vivas mesmo nos tempos de horrores que muitas de nós
compartilhamos.
Os séculos se passaram, fomos
libertas das correntes da escravidão, mas ainda hoje lutamos por nossos espaços
nessas sociedades racistas, preconceituosas e intolerantes. Ainda cuidamos dos
filhos das madames brancas, ainda sofremos com a violência, ainda nos negam
muitos direitos já conquistados. Ainda somos minoria nas universidades,
precisamos trabalhar mais, apesar de ganhar menos do que homens e mulheres
brancas.
As desigualdades sociais e de
gênero, o machismo e o racismo são as heranças da escravidão negra, a maior
atrocidade já cometida contra seres humanos na história da humanidade. Mas
mesmo diante de tantas contradições, nós negras continuamos lutando, vencendo
as barreiras da invisibilidade social e trilhando caminhos antes nunca
permitidos.
Hoje 25 de julho é um dia de reconhecimento de nossas batalhas, de reflexão sobre nossos papéis enquanto sujeitas históricas e sociais. E para relembrar as lutas de mulheres que no passado deram suas vidas por uma sociedade mais justa e igualitária, aqui damos destaque para uma guerreira, uma mulher que lutou contra as adversidades de seu tempo, Tereza de Benguela, uma brasileira que viveu no século XVIII no Mato Grosso, liderou o Quilombo de Quaratirê por vários anos através de um sistema de parlamento e de defesa, foi capturada e morta. Mas seu nome jamais foi ou será esquecido pela representação de mulher de decisão, de fibra e de luta, ela é um símbolo de resistência para todas as mulheres que vivem em condições tão desumanas e que sonham com dias melhores.
Hoje e todos os dias parabéns para as mulheres, que em vários lugares da América Latina e Caribe lutam por suas emancipações, e enquanto houver uma mulher oprimida seguiremos na luta e em marcha por dignidade, respeito e garantia de direitos.
Por Ana Paula de Lima
Hoje 25 de julho é um dia de reconhecimento de nossas batalhas, de reflexão sobre nossos papéis enquanto sujeitas históricas e sociais. E para relembrar as lutas de mulheres que no passado deram suas vidas por uma sociedade mais justa e igualitária, aqui damos destaque para uma guerreira, uma mulher que lutou contra as adversidades de seu tempo, Tereza de Benguela, uma brasileira que viveu no século XVIII no Mato Grosso, liderou o Quilombo de Quaratirê por vários anos através de um sistema de parlamento e de defesa, foi capturada e morta. Mas seu nome jamais foi ou será esquecido pela representação de mulher de decisão, de fibra e de luta, ela é um símbolo de resistência para todas as mulheres que vivem em condições tão desumanas e que sonham com dias melhores.
Hoje e todos os dias parabéns para as mulheres, que em vários lugares da América Latina e Caribe lutam por suas emancipações, e enquanto houver uma mulher oprimida seguiremos na luta e em marcha por dignidade, respeito e garantia de direitos.
Por Ana Paula de Lima
Especialista em História e
Cultura Afro Brasileira
Membro do Núcleo de Estudos Afro
brasileiros e indígena – IFRN
Coordenadora do Comitê de
Mulheres do Mato Grande
Membro do Movimento de Mulheres
Trabalhadoras rurais da Região Nordeste – MMTR-NE
Funcionária Pública, Mulher,
Negra, Brasileira.