O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
participou, na noite de ontem quinta-feira (13), em Brasília, do 59º
Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). A última vez que um
presidente da República compareceu ao evento foi em 2009, quando o
próprio Lula, durante seu segundo mandato, esteve no encontro
estudantil. O Congresso da UNE, ou Conune, como costuma ser chamado, é
considerado o maior encontro de estudantes da América Latina e deverá
reunir cerca de 10 mil participantes até o próximo domingo (16) na
capital federal.
No evento, o presidente prometeu ampliar o
número de universidades e outras instituições de ensino no país. “Nós
vamos voltar a fazer mais universidades, a fazer mais escolas técnicas,
mais laboratórios, vamos nos reunir com reitores e com os estudantes,
vamos outra vez colocar o pobre no orçamento da União”, garantiu diante
de um ginásio Nilson Nelson cheio. Tal promessa já havia sido feita
durante a campanha eleitoral, em 2022.
Durante a cerimônia, representantes das
entidades estudantis leram e entregaram uma carta de reivindicações ao
presidente. Entre os principais pontos, estão a manutenção da política
de cotas e ampliação do direito de acesso para indígenas e pessoas
trans, a criação da Universidade de Integração da Amazônia e a aprovação
de uma lei para instituir o Programa Nacional de Assistência
Estudantil. Além disso, a UNE reiterou, no documento, o pedido para que o
governo revogue o Novo Ensino Médio, demanda repetida diversas vezes
pelos estudantes em palavras de ordem gritadas no ginásio.
Em seu discurso, Lula também exaltou o vigor
do movimento estudantil. “O que motiva a vida humana e o que motiva a
nossa capacidade de ser melhor ou não é se a gente tem uma causa ou não
tem uma causa”, afirmou. “Eu acho extraordinário a UNE apresentar uma
pauta de reivindicações longa, árdua e apimentada”, acrescentou.
Falando diante de uma plateia de milhares de
jovens, Lula celebrou que o perfil social dos estudantes tenha mudado
ao longo da última década, com o ingresso de pobres e negros nas
universidades, especialmente a partir dos programas criados em seus
governos anteriores.
“Aqui não tem apenas filho de gente rica,
aqui tem filho de pedreiro, de empregada doméstica, aqui tem filho de
metalúrgico, de químico, de gráfico. Aqui está a filha e o filho do povo
brasileiro, com a nossa cara”.