Bom
dia a todos e a todas... É com muito prazer e alegria que estou aqui mais uma
vez tecendo estas singelas e significativas palavras sobre temáticas que
envolvem questões afro-brasileiras e africanas. Hoje vou apresentar para vocês,
leitores, o Panteão dos Orixás que estão no Brasil desde a vinda dos primeiros
negros do continente Africano para as terras do “Novo Mundo”.
Primeiro,
eu gostaria de mais uma vez explicar a intencionalidade desta coluna, que é
trazer para os leitores deste Blog reflexões sobre nossas construções sociais,
enquanto povo brasileiro, sob a perspectiva da história, religião e cultura
afro-brasileira e africana. Precisamos compreender que vivemos momentos
turbulentos em nosso país, e quando falamos em religião são muitas as opiniões,
mas há sempre pouca verdade no que se fala. Assim, quando nos remetemos as
religiões de Matriz Africana, entre as quais estão o Candomblé, a Umbanda, o
Batuque, o Tambor de Minas entre muitas outras, o imaginário brasileiro criado
desde tempos remotos da nossa colonização, distorce seus significados e contribuições
para a sociedade brasileira e para diversos outros países pelo mundo a fora.
Pensando
nisso vou trazer para vocês alguns ilustres personagens de algumas religiões
afro-brasileiras: os Orixás. Seres
tão demonizados e estereotipados pela mídia, e pela própria história e cultura
brasileira, mas, que na realidade se configuram em memórias e tradições ancestrais
permeadas de crenças e fé.
Na
África, dependendo do lugar e de suas culturas religiosas, existem diversos
Orixás que não conhecemos aqui no Brasil. Na realidade, no processo da diáspora
africana atravessaram o Atlântico alguns povos e com eles suas crenças e
divindades, ao chegarem por essas terras, diante doscompassos e descompassos da
escravidão negra, eles foram se misturando e ao longo dos séculos os Orixás
foram se constituindo no panteão que hoje temos em algumas religiões
afro-brasileiras, cada um com seus ritos e cerimônias específicos.
Mas
o que é um Orixá? Os Orixás são divindades africanas correspondentes as forças
da natureza, e suas características estão relacionadas as expressões dessas
forças. A personalidade de cada Orixá se aproxima bastante dos seres humanos,
pois se manifestam através de emoções como nós – sentem raiva, amam
excessivamente, choram. Cada Orixá é portador de símbolos próprios e
específicos como cores, comidas, cantigas, rezas, espações físicos, entre
outros.
Vamos
conhecer os Orixás mais populares no Brasil?Assim temos: Oxossi (senhor das matas e florestas), Ogum(senhor do ferro e grande guerreiro), Xangô(senhor da justiça, dos raios, dos trovões e do fogo), Exu(o mais humano de todos os orixás, é
mensageiro entre os mundos), Ossaim
(senhor das folhas e das ervas), Oxalá(detentor
do poder procriador masculino), Oxumarê(senhor
da beleza e das artes), Omolu(o
médico dos pobres, e atende as pestes em geral), Iroko(primeiro filho de Oxalá), Iansã (senhora dos ventos e das tempestades), Iemanjá(a rainha do mar); Oxum(senhora
dos lagos, rios e cachoeiras), LogunEdê,(senhor
da elegância e da sofisticação), Nanã(a
mais velha entre os Orixás), Obá(senhora
das águas revoltadas), Ewá(caçadora
habilidosa, é a senhora das possibilidades) e os Ibejis(são orixás gêmeos protetores das crianças). Lembrando que
existem outras divindades, aqui estão as mais conhecidas no Brasil.
Na síntese da criação
do Orum (mundo os espíritos, o céu)
e do Aiê (mundo físico, a terra), de
acordo com a mitologia dos iorubás (um dos maiores grupos étnico-linguístico da
África Ocidental), está Olorum, o
criador. Cada Orixá tem suas histórias e particularidades que conheceremos em
postagens futuras desta coluna. Por hora esses são alguns importantes
personagens do universo religioso afro-brasileiro que gostaria que vocês
conhecessem.
Diante do que foi aqui
apresentado a palavra de ordem de hoje é: se
permita, o conhecimento acompanhado da sabedoria nos liberta de pensamentos
pequenos e limitantes, precisamos compreender que existem outras formas de ver
o mundo, que as verdades são diversas e com diferentes significados, que nossa
versão das coisas não é única. Amplie seu repertório de conhecimentos, viaje
por outros universos, porque como Paulo Freire bem nos lembrou: nós somos seres
incompletos, então vamos aproveitar essa incompletude para compreender e
respeitar o outro e suas formas de sentir e ver o mundo.
Para finalizar quero
saudar a Oxalá (Epaepa Babá) e a Iemanja (Odoyá) que são os Orixás regentes
desse ano de 2016, que traga muita paz para o mundo, muito amor entre as
pessoas, e luz para toda a humanidade...
Deixo para vocês uma
canção de Maria Betânia e Ivete Sangalo, “Muito Obrigado Axé”, que sintetiza em
letra e melodia a essência de muitas crenças afro-brasileiras.
Axé, Namastê, Amém,
Maktub, Savará, Optchá, Shalon... Um maravilhoso fim de semana para todos!