A publicação, que está disponível no portal da Fiocruz,
traz dados referentes ao período de 10 a 23 de abril. Nas duas semanas,
foi registrada a média de 14 mil casos diários no país, um decréscimo
de 36% em relação às duas semanas anteriores compreendidas entre 27 de
março a 9 de abril. Também foram contabilizadas cerca de 100 mortes por
dia, valor próximo aos verificados no início da primeira onda epidêmica
em abril de 2020. Na comparação com as duas semanas anteriores, houve
uma queda de 43% no índice de mortalidade.
"Nenhum estado apresentou tendência
significativa de alta do número de casos e em grande parte deles houve
queda na incidência de casos novos, como Amazonas, Roraima, Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais e Goiás.
Somente dois estados apresentaram tendência de alta de mortalidade:
Amazonas e Paraíba. Outras unidades apresentaram redução dos índices de
mortalidade, como Rondônia, Roraima, Maranhão, Piauí, Rio Grande do
Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Goiás e Distrito Federal", informa a Fiocruz.
Os pesquisadores defendem planejamentos de
curto, médio e longo prazos, que passam pela capacitação das equipes de
epidemiologia, pela introdução de estratégias de vigilância de Síndromes
Respiratórias Agudas Graves (SRAG) associadas à covid-19 e pelo reforço
do monitoramento para a detecção e caracterização de novas variantes.
O levantamento sobre a imunização mostra 83%
da população do país vacinada com a primeira dose, 76,8% com o esquema
vacinal completo e 40,4% com a dose de reforço, que também costuma ser
designada como terceira dose. No entanto, os cientistas observam
profundas desigualdades regionais e estaduais. São Paulo se destaca com
89,8% da população vacinada com a primeira dose, 85,2% com a segunda e
50,6% com a terceira.
Em outro extremo, há estados como Amapá e
Roraima, com menos de 65% para a primeira, 50% para a segunda e 12% para
a terceira dose. Para os locais com baixa cobertura vacinal,
recomenda-se a combinação de diversas medidas protetivas como o uso de
máscaras em locais fechados e a adoção do passaporte vacinal em prédios
públicos, transportes públicos e espaços de trabalho.
Os pesquisadores também pedem a promoção de
campanhas de sensibilização da população sobre a necessidade da
imunização de reforço. "Ainda é necessário ampliar a segunda dose e
investir em grupos etários que tenham menor adesão à aplicação da
vacina. Além disso, é fundamental reforçar a importância e a necessidade
da terceira dose, que não pode ser vista apenas como uma dose extra",
alerta o boletim.
A publicação também reforça a importância da
vacinação contra a influenza, ofertada nos postos de saúde. A primeira
etapa da campanha de aplicação do imunizante, voltada para pessoas de 60
anos ou mais e para trabalhadores da saúde, teve início no dia 4 de
abril. A segunda etapa, que começa em 3 de maio, prevê o atendimento
a indígenas, gestantes, crianças entre 6 meses e 5 anos, população
privada de liberdade, professores e algumas outras categorias.
Internações
De forma geral, foram registradas taxas
baixas de internação, ao mesmo tempo em que diversos estados reduziram a
disponibilidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para
tratamento exclusivo de covid-19. Uma preocupação levantada pelo boletim
diz respeito ao aumento da contribuição relativa das crianças nas
internações. Os pesquisadores alertam que a cobertura vacinal do público
infantil está evoluindo num ritmo muito lento.