Foto meramente ilustrativa
Após uma semana de buscas pelo Boeing
777-200 da Malaysia Airlines, o governo da Malásia confirmou na
madrugada deste sábado, 15, que investigadores concluíram que um dos
pilotos ou outra pessoa no avião com experiência de voo sequestrou a
aeronave. O voo MH370 partiu de Kuala Lumpur para Pequim e desapareceu
com 239 passageiros e 12 tripulantes bordo.
À agência AFP, um funcionário do governo
malaio envolvido nas investigações afirmou que uma pessoa com
conhecimento de rotas aéreas e da posição dos radares pode ter desviado o
avião. “Inevitavelmente seria um piloto experiente, competente e ativo.
Essa possível pessoa saberia muito bem como evitar os radares civis,
como se tivesse estudado muito bem o assunto”, afirmou.
Mais cedo, especialistas americanos
envolvidos na investigação disseram que o avião sofreu uma significativa
mudança de altitude após perder contato com as torres de controle e
alterou seu curso mais de uma vez enquanto ainda estava sob o comando do
piloto.
Ao New York Times, as fontes
disseram que os sinais de radares gravados pelo Exército malaio mostram
que a aeronave teria chegado a 45 mil pés (13.716 metros) – 2 mil pés
acima da altitude permitida ao modelo – depois de desaparecer dos
radares civis e fez uma curva acentuada para oeste. A empresa de
comunicação por radar britânica Inmarsat afirmou ter registros de sinais
operacionais enviados pelo avião depois de desaparecer. Os dados,
segundo ela, podem ajudar a estimar a localização da aeronave, procurada
agora no Oceano Índico.
O vice-presidente da Inmarsat, David
Coiley, disse que o aparelho estava equipado com um sistema de
sinalização da empresa que continuou enviando “mensagens operacionais”.
Segundo Coiley, foram registradas várias mensagens depois do último
contato do aparelho com um radar. As mensagens pararam mais tarde, mas o
executivo não quis especificar quando ou quantas delas foram captadas.
O mistério em torno do caso, um dos mais
intrigantes da história da aviação, já havia aumentado após a
informação de que a aeronave teria deliberadamente sido desviada. A
possibilidade foi apontada primeiro por fontes familiarizadas com a
investigação, à agência Reuters, reforçando suspeitas de um ato
criminoso.
De acordo com essas fontes, um avião não
identificado seguiu uma rota entre dois pontos de balizamento
definidos. Isso sugere que ele estava sendo pilotado por alguém com
formação em aviação. A última vez em que a aeronave foi detectada por um
radar militar, ela sobrevoava a costa noroeste da Malásia.
O deslocamento mostra que o avião
viajava na direção das Ilhas Andaman, arquipélago que pertence à Índia,
entre o Mar de Andaman e a Baía de Bengala. As investigações estariam
focadas cada vez mais na teoria de que alguém que sabia pilotar desviou o
avião deliberadamente. O governo malaio, no entanto, não sabe quem
sequestrou e nem onde está o avião.
Segundo a CNN, há indícios de que o
avião caiu no Oceano Índico. Desde a semana passado, várias hipóteses
foram levantadas. Inicialmente, as autoridades descartaram uma
sabotagem, mas novas informações indicaram que a hipótese criminal havia
se tornado o principal foco. Ganharam força os cenários de pirataria e
suicídio. Especialistas levantaram a hipótese de que um dos pilotos ou
alguém com experiência de aviação teria cometido suicídio.
Um especialista americano já havia
afirmado que os investigadores examinavam a possibilidade de
“intervenção humana” ou “ato de pirataria”. Ele não descartou também a
possibilidade de que o aparelho tenha pousado em algum lugar. (Estadão/ NYT, AP e REUTERS)