Médicos da rede pública estadual de Saúde do Rio Grande do Norte
iniciaram uma paralisação por tempo indeterminado ontem segunda-feira
(28). A categoria já havia deflagrado uma greve na semana passada, mas
até então, mantinha os atendimentos.
De acordo com o presidente do sindicato que representa a categoria,
Geraldo Ferreira, os médicos do estado deverão suspender atendimentos
agendados e cirurgias eletivas, além de reduzir em cerca de 50% os
profissionais das urgências e emergências.
“Se o plantão tem quatro profissionais, vão ficar dois e os outros ali na retaguarda, se ocorrer algo extraordinário”, afirmou.
De acordo com ele, os efeitos da paralisação já são sentidos em
unidades como o Hospital da Polícia Militar, o Hospital Walfredo Gurgel,
Centro de Reabilitação Infantil e Adulto (CRI/CRA).
Os médicos cobram a ampliação dos níveis de carreira de 16 para 20 e o
pagamento do acréscimo de 3% no salário para cada nível alcançado.
Porém, de acordo com o sindicato e o governo, já há um acordo sobre o
assunto, com previsão da implementação do percentual de 2% a partir de
abril e um reajuste de +0,5% a partir de dezembro, levando em conta a
paridade entre ativos e inativos.
Porém, o impasse que levou à paralisação envolve o pagamento de gratificação de incentivo à qualificação.
O sindicato entende que um médico oftalmologista, por exemplo, deve
receber adicional pela qualificação em oftalmologia, mesmo tendo feito
concurso para a área. Já a Secretaria de Saúde Pública considera que a
qualificação deve ser superior à exigida para ingresso no cargo.
“Dos 1.092 médicos efetivos da Sesap, apenas 125 enviaram seus
títulos para avaliação, sendo 37 aprovados e 10 em avaliação, os 78
reprovados não apresentaram os documentos de forma integral, estão em
estágio probatório ou apresentaram títulos necessários ao ingresso no
cargo”, informou a Sesap.
“A gestão da Sesap reforça sua disposição em negociar e manter
diálogo com a categoria, reforçando a necessidade de manutenção do
melhor atendimento à população”, afirmou o governo.