O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
conversou, ontem segunda-feira (23), com o presidente da Rússia,
Vladimir Putin, sobre os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia. Por
telefone, Lula relatou a situação dos brasileiros na Faixa de Gaza e
reiterou a urgência da criação de corredor humanitário que permita a
saída dos estrangeiros e a entrada de remédios, água e alimentos na
região.
“Os dois presidentes concordaram quanto à
necessidade de que cessem os bombardeios na Faixa de Gaza e de imediata
libertação dos reféns”, informou a presidência, em nota.
No dia 7 de outubro, o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque
surpresa de mísseis contra Israel e a incursão de combatentes armados
por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns
israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias
infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs um cerco total ao território,
com o corte de abastecimento de água, combustível e energia elétrica.
Os ataques já provocaram milhares de mortos,
feridos e desabrigados nos dois territórios. Mais de 1,5 mil crianças
palestinas já morreram em Gaza.
De acordo com o Palácio do Planalto,
Vladimir Putin comentou sobre a proposta brasileira no Conselho de
Segurança da Nações e “lamentou que após tantas décadas não tenha sido
encontrada solução para a criação do Estado Palestino”.
Na semana passada, o Conselho de Segurança rejeitou a proposta
apresentada pelo governo brasileiro que pedia pausas humanitárias aos
ataques entre Israel e o Hamas para permitir o acesso de ajuda à Faixa
de Gaza.
O resultado da votação foi 12 votos a favor,
duas abstenções, sendo uma da Rússia, e um voto contrário, por parte
dos Estados Unidos. Por se tratar de um membro permanente, o voto
norte-americano resultou na rejeição da proposta brasileira.
O Conselho de Segurança da ONU tem cinco
membros permanentes, China, França, Rússia, Reino Unido e Estados
Unidos. Fazem parte do conselho rotativo Albânia, Brasil, Equador,
Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes. Para que
uma resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15
membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto.
A Rússia também apresentou sua própria proposta de cessar-fogo no conselho, que também foi rejeitada.