A missão será chefiada pelo embaixador Flávio Macieira, considerado um experiente diplomata pelo chanceler Mauro Vieira. A primeira tarefa será avaliar as condições da residência oficial do embaixador brasileiro que voltará para Caracas, o prédio da embaixada e o Consulado do Brasil na capital venezuelana.
Serão analisados, além das condições físicas, o valor que precisará ser investido para a recuperação dos imóveis e a situação dos funcionários locais afastados com a interrupção dos serviços pelo governo brasileiro. Após a averiguação, a ordem é trabalhar para que as representações brasileiras sejam reabertas o quanto antes.
As portas da embaixada do Brasil em Caracas foram fechadas em abril de 2020, quando o Itamaraty era chefiado por Ernesto Araújo. Antes disso, ainda no governo do ex-presidente Michel Temer, o Brasil passou a reconhecer como presidente interino da Venezuela o líder da oposição Juan Guaidó, sob o argumento de que a Maduro é um ditador e ilegítimo.
Em 2019, uma portaria conjunta do Itamaraty e do Ministério da Justiça proibiu a entrada de Maduro e outras dezenas de pessoas alinhadas ao líder venezuelano no Brasil. A pedido da equipe de transição de Lula, a portaria foi revogada dois dias antes da posse do novo governo, no dia 30 de dezembro de 2022.
Havia a expectativa de Nicolás Maduro desembarcar em Brasília, no dia 1º de janeiro, para a cerimônia de posse de Lula. Porém, o venezuelano desistiu de vir para o Brasil, porque não havia garantia de abastecimento de combustível em sua aeronave. A Petrobras não pode vender o produto para a Venezuela, devido a sanções internacionais impostas ao país vizinho.