Com
ações que ofertam estações coletoras para a destinação correta de
resíduos farmacêuticos, o programa Descarte Consciente coletou, no
último quadrimestre de 2016, 72 quilos de medicamentos. O programa é
desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos
(Nuplam), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e foi
lançado em setembro.
A
coordenadora do programa e vice-diretora do Nuplam, professora Lourena
Mafra Veríssimo, explica que o descarte de medicamentos no lixo comum,
na pia ou no vaso sanitário contribui para um grave problema de saúde
pública. Isso porque as substâncias químicas desses produtos podem
chegar aos rios e córregos, o que compromete a qualidade da água para
consumo humano.
Em
Natal, uma estação coletora está disponível no Centro de Convivência do
campus central da UFRN e outra na Drogaria do Carrefour da Zona Norte,
locais onde o público pode depositar pomadas, comprimidos, líquidos,
sprays, caixas e bulas. Uma equipe de estudantes e farmacêuticos é
responsável pelas orientações às pessoas e pela coleta dos resíduos, que
posteriormente são levados para o Nuplam e incinerados. Além disso,
como iniciativa de conscientização, o programa já realizou a exposição
cultural Sobre o uso Racional do Medicamento em dois shoppings da cidade.
O
projeto de extensão ainda envolve os participantes em uma pesquisa
sobre os medicamentos descartados, que no futuro se transformará em um
estudo do perfil de descarte no estado. Apesar dos avanços já
conquistados pelo programa, Lourena Veríssimo alerta que o número de
coletoras ainda é insuficiente para receber a demanda de toda a região,
por isso torna-se essencial a ampliação de políticas públicas nesse
sentido.
“Não
existe previsão legal em âmbito nacional que determine os responsáveis
pela coleta dos medicamentos. Alguns estados e municípios já possuem
leis locais, então seria muito interessante a criação de uma lei também
no RN”, afirma. Segundo a professora, a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) publicou, no ano passado, uma norma técnica sobre a
logística reversa de medicamentos, que atribui a responsabilidade de
coleta pelas farmácias e secretarias de saúde. Contudo, a norma não tem
força de lei.
Outras informações sobre o assunto estão disponíveis no site do programa, no Facebook
e no Instagram @descarteconsciente. Os perfis nas redes sociais têm
postagens que procuram esclarecer algumas das dúvidas mais comuns, como
se o descarte de perfurocortantes pode ser feito nas estações coletoras
(neste caso, o rejeito do material é feito nas unidades públicas de
saúde), além de material visual educativo sobre a campanha.
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