Os ciclistas de Fortaleza terão um novo espaço de trânsito na capital
a partir de um projeto-piloto elaborado pelo Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), Ministério das Cidades e a prefeitura da capital.
A ciclovia-modelo, de 7 quilômetros, vai passar pelas avenidas Coronel
Carvalho e Radialista José Lima Verde, no lado oeste da cidade, duas das
mais movimentadas da região e que cortam quatro bairros.
O
projeto-piloto faz parte do Programa de Mobilidade de Baixo Carbono,
elaborado após o Acordo de Paris, firmado pela comunidade internacional
para combater as alterações climáticas no mundo, e o compromisso do
Brasil de reduzir as emissões de carbono até 2030. Brasília, Belo
Horizonte e São Paulo também fazem parte do programa e serão
responsáveis pela elaboração do caderno técnico de referência em
mobilidade por bicicleta.
O estudante de biblioteconomia Ivan
Ribeiro, de 35 anos, que pedala com frequência nas duas vias para ir ao
trabalho, tem a bicicleta como principal meio de transporte na cidade.
“Atualmente, há trechos dessas avenidas em que é relativamente tranquilo
pedalar. Em outros, as pistas são estreitas, e é difícil dividir o
espaço com os carros. Eu não me sinto totalmente seguro, pois esses
trechos complicados são maioria.”
Fortaleza receberá a
ciclovia-modelo por já ter uma ampla malha cicloviária, de 214
quilômetros, e contar com o Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI).
Atualmente, os dois programas de bicicletas compartilhadas ativos na
cidade (o Bicicletar, que dá uma hora de uso gratuito, e o Bicicleta
Compartilhada, que permite passar 14 horas com o veículo) disponibilizam
aos ciclistas mais de mil unidades. Somente o Bicicletar registra mais
de 1,5 milhão de viagens desde sua implantação, em 2014.
“Com esta ciclovia e o caderno técnico de referência, planeja-se criar um benchmark [processo
de comparação de produtos, serviços e práticas empresariais], para todo
o país, do planejamento e construção de uma ciclovia que promova a
mobilidade urbana sustentável”, afirma Karisa Maia Ribeiro, especialista
sênior em transportes do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Um
dos critérios usados para escolher as avenidas que receberão a
ciclovia-modelo foi a possibilidade de integração com outras ciclovias e
ciclofaixas existentes na região. Segundo o coordenador de
Gerenciamento de Programas e Projetos da Secretaria da Infraestrutura de
Fortaleza, os 7 quilômetros do projeto-piloto vão se somar a cerca de
20 quilômetros da estrutura para trânsito de bicicletas já existente,
integrando, inclusive, o trecho da orla da Avenida Vila do Mar, no
litoral oeste de Fortaleza.
“Acreditamos que, com segurança e com
toda essa infraestrutura instalada, as pessoas vão mudar sua forma de
deslocamento, optando por veículos não motorizados. Isso é um movimento
em todo o país e, com esse investimento, pensamos que estamos mudando
uma realidade”, disse Daher.
Nenhum comentário:
Postar um comentário