Integrantes do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) promovem
desde as 10h30 de hoje (12) atos simultâneos em 19 terminais aéreos no
país contra o programa de desestatização do governo federal, que
pretende transferir à iniciativa privada 14 aeroportos administrados
pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
Nesses locais, foram espalhadas faixas e cartazes e também está sendo
distribuída uma carta aos passageiros e ao público em geral, expondo os
motivos da insatisfação dos manifestantes.
Na cidade de São
Paulo, o ato se concentrou no Aeroporto de Congonhas, um dos terminais
incluídos nos quatro blocos de concessão anunciados pelo governo. “Nós
queremos alertar a população sobre o erro que é conceder Congonhas ao
setor privado, porque ele [o aeroporto] é superavitário, o mais rentável
da Infraero e banca mais de 60% das despesas geradas nos terminais que
operam com deficit”, justificou Severino Macedo, diretor do Sina, em
Congonhas.
Severino disse que apesar de terem sido reduzidos voos
depois da tragédia com o Airbus A320 da TAM, em 2007, desde então “o
número de passageiros só tem crescido neste terminal e aqui não temos
crise”.
Em defesa do ato, Severino argumentou que muitas vezes a
população é induzida a achar que os servidores públicos são preguiçosos,
quando, na realidade, “somos celetistas de uma empresa pública que
sustenta o funcionamento do terminal”. Congonhas é o segundo maior
aeroporto do país, com movimento de 21 milhões de passageiros por ano.
De
acordo com o Conselho do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), a
meta é a de abrir licitação para 14 aeroportos em quatro blocos. Além
de Congonhas, que pela proposta do governo é efetuar o negócio no
primeiro e único lote, estão previstas as concessões dos terminais do
Nordeste (Maceió, Aracaju, João Pessoa, Campina Grande, Juazeiro do
Norte e Recife); de Mato Grosso (Cuiabá, Sinop, Ala Floresta, Barra do
Garça e Rondonópolis) e dos aeroporto de Vitória e de Macaé (RJ). Só na
área de transportes, o plano de desestatização deve render R$ 8,5
bilhões.
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