O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, buscou apoio no mundo
islâmico, tanto no plano politico quanto petrolífero, ao participar da
cúpula da Organização para a Cooperação Islâmica (OIC). A informação é
da Agência EFE.
"O povo venezuelano, especialmente nos últimos
seis meses, foi testemunha de invasões e intervenções dos Estados Unidos
[EUA}, mas resistiremos a essas pressões mantendo a nossa unidade",
disse Maduro ao se reunir com o presidente do Irã, Hassan Rohani.
O
presidente venezuelano chegou na noite de sábado (9) a Astana, capital
do Cazaquistão, para participar da cúpula islâmica, com o objetivo de
romper o isolamento diplomático, reforçar a independência financeira e
evitar um possível colapso econômico de seu país devido à nova leva de
sanções dos EUA.
Além de debater os temas petróleo, geopolítica e
cooperação com Rohani, Maduro se reuniu com outro líder regional, o
presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e foi recebido pelo
presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev.
Em sua chegada à
capital do país centro-asiático, ele ratificou que a missão da
visita-relâmpago era diversificar as relações econômicas com os países
árabes e consolidar os laços com os países que não são membros da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Na viagem
ao Cazaquistão para "abrir portas", Maduro fez breve escala na Argélia,
um dos maiores produtores mundiais de gás e petróleo.
O
presidente venezuelano foi convidado a participar da cúpula da OIC, que é
integrada por 57 países, como presidente do Movimento de Países Não
Alinhados (MNOAL), cargo que ocupará até 2019.
"É tempo de lutar
por outro mundo. É tempo de lutar por um mundo sem guerras, sem
terrorismos, sem impérios hegemônicos", disse, em clara alusão aos
Estados Unidos, país ao qual acusa de pressões para provocar sua
derrubada.
Maduro destacou que só com união as duas organizações
poderão avançar nesses objetivos de justiça e paz. "Na Venezuela
revolucionária e bolivariana, acreditamos profundamente que é tempo para
o diálogo, para um diálogo profundo de culturas, civilizações e de
religiões", acrescentou.
O presidente venezuelano lembrou que as
duas organizações compartilham princípios como o "multilateralismo
inclusivo", que classificou como "ferramenta mais efetiva" para encarar
os desafios globais. "E a rejeição da ameaça ou uso da força contra a
integridade territorial ou independência política dos países e a
rejeição da imposiçâo de sanções unilaterais, em conformidade com as
disposições da Carta das Nações Unidas e as normas do direito
internacional", afirmou.
Maduro também destacou a postura comum
de "defesa da resolução pacífica de controvérsias, da democracia, do
desenvolvimento e do respeito a todos os direitos humanos e às
liberdades fundamentais".
Quanto ao conflito
palestino-israelense, ele disse que a organização que presidirá até 2019
pede com urgência "uma solução justa, duradoura, integral e pacífica
para o conflito" e "condena as práticas ilegais da potência ocupante".
Nenhum comentário:
Postar um comentário