Segundo autor da pesquisa, queixas precoces de falta de memória indicam perdas mais significativas no futuro(iStockphoto)
Uma pesquisa feita pela Universidade da
Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, revelou que alguns
fatores relacionados ao estilo de vida e à saúde afetam a memória,
mesmo entre jovens adultos. A descoberta, publicada nesta quarta-feira
no periódico Plos One, pode ajudar cientistas a estudar como o estilo de vida impacta a memória na velhice.
Depressão, baixa escolaridade, sedentarismo, hipertensão, obesidade e tabagismo, fatores associados ao Alzheimer e à demência, podem afetar a memória, mesmo entre jovens adultos
Pesquisadores fizeram a 18.552 pessoas,
de 18 a 99 anos, perguntas sobre sua memória e aspectos previamente
associados ao risco de Alzheimer e demência — depressão, baixa
escolaridade, sedentarismo, hipertensão, obesidade e tabagismo. Eles
detectaram que esses fatores aumentavam queixas sobre memória em todas
as faixas etárias.
“Nós identificamos, pela primeira vez,
que os fatores de risco podem ser indicativos de queixas precoces de
memória, normalmente precursoras de perdas mais significativas no
futuro”, diz o líder do estudo, Gary Small, diretor do Centro de
Longevidade da UCLA.
Na média, 20% dos entrevistados
reportaram falhas na memória, incluindo 14% dos adultos de 18 a 39 anos,
22% daqueles com 40 a 59 anos e 26% dos idosos de 60 a 99 anos. A
depressão foi o principal elemento relacionado às reclamações sobre
memória, em todas as idades. Outros fatores, mesmo isolados, também
elevaram as queixas. A memória piorava quanto mais fatores presentes.
Os pesquisadores observaram que, para os
mais jovens, o stress e a tecnologia — normalmente associada à
realização de múltiplas tarefas — podem atrapalhar a concentração e
fazer com que seja mais difícil se lembrar das coisas.
“Esperamos que nossas descobertas
aumentem a atenção de pesquisadores, promotores de saúde e do público em
geral sobre a importância de reduzir os fatores de risco em qualquer
idade, como identificar e tratar a depressão e a hipertensão,
exercitar-se mais e investir em educação”, afirma Stephen Chen, coautor
do estudo e professor do Instituto Semel para Neurociência e
Comportamento Humano da UCLA.
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