A presidente Dilma Rousseff criticou mais uma vez nesta segunda-feira
(7), em um evento em Caxias do Sul (RS), a ação da Operação Lava Jato
que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a depor
coercitivamente na última sexta (4). Segundo a chefe do Executivo –
afilhada política de Lula – não tem o menor sentido conduzi-lo "sob
vara" para prestar depoimento.
Na última sexta (4), Lula foi o alvo principal da 24ª fase da Operação Lava Jato, que investiga se ele foi beneficiado pelo esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
Na ocasião, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na
casa do petista, na sede do Instituto Lula e em um sítio que o
ex-presidente frequenta com a família em Atibaia (SP). Além disso, ele
foi obrigado, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, a ir depor sobre as
suspeitas de ocultação de patrimônio.
No mesmo dia da operação, Dilma fez um pronunciamento à imprensa no Palácio do Planalto no qual ela se disse inconformada com o que chamou de "desnecessária condução coercitiva" do ex-presidente. No sábado (5), a presidente viajou a São Bernardo do Campo (SP) para prestar apoio pessoalmente ao padrinho político.
“O presidente Lula, justiça seja feita, nunca se julgou melhor do que
ninguém, sempre aceitou, convidado para prestar depoimento sempre foi.
Então, não tem o menor sentido conduzi-lo sob vara para prestar
depoimento se ele jamais se recusou a ir”, reclamou Dilma nesta
segunda-feira durante a cerimônia de entrega de 320 unidades
habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida.
Em seu discurso nesta segunda, Dilma também criticou o fato de
investigadores que integram a força-tarefa da Lava Jato terem
justificado o pedido de condução coercitiva de Lula como uma maneira de
evitar que, com depoimento marcado, houvesse confronto entre
manifestantes favoráveis e contrários ao ex-presidente.
"Nem cabe alegar que estavam protegendo ele [Lula]. Como disse um juiz,
era necessário saber se ele queria ser protegido, porque tem certo tipo
de proteção que é muito estranha”, ironizou Dilma.
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