O teólogo suíço Hans Küng opinou nesta quinta-feira que o pontificado de Bento 16 tem sido marcado até o momento por uma série de "oportunidades desperdiçadas" e convocou os bispos a refletirem sobre o futuro da Igreja Católica em meio a uma "crise de confiança" gerada pelas denún"ias de pedofilia.
"Às muitas tendências de crise ainda são adicionados escândalos que clamam ao céu: sobretudo o abuso de milhares de jovens por clérigos, relacionado a uma crise de liderança sem precedentes", analisou Küng em uma carta aberta publicada nesta quinta-feira pelo jornal espanhol "El País".
No texto, o teólogo ainda ressalta que o Papa já poderia ter protagonizado um "entendimento duradouro" com os judeus e estabelecido um "diálogo de confiança" com os muçulmanos.
Ainda de acordo com o suíço, a Igreja Católica tem se mantido distante da ciência moderna ao não admitir "o uso de preservativos", que poderiam ajudar "os povos africanos na luta contra a Aids" e a elevada concentração populacional desse continente.
Bento 16 tem sido muito questionado por sua atuação perante os casos de pedofilia denunciados em vários países, entre eles Brasil, México, Itália e Alemanha, sua terra natal.
Especialistas, no entanto, se dividem ao comentarem o trabalho de Joseph Ratzinger, que antes de ser eleito chefiou a arquidiocese de Munique e Freising e a Congregação para a Doutrina da Fé.
As críticas de Küng foram divulgadas um dia antes do aniversário de 83 anos do papa, que também completará cinco anos à frente do Vaticano na próxima segunda-feira.
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