Análise combinatória, matrizes, função e geometria. Grande parte dos estudantes potiguares concluintes do Ensino Médio não sabe esses assuntos. O aprendizado de matemática na 3ª série do nível médio no Rio Grande do Norte não é bom, conforme atesta os dados divulgados essa semana pelo programa Todos Pela Educação, que revela um índice de apenas 5,8% de concluintes do nível médio com aprendizagem adequada da disciplina.
Os dados são referentes à meta 3 do programa, uma das que não foram atingidas pelo Estado, dentro do monitoramento de metas estabelecido pelo próprio programa, estabelecido com informações de 2009 (as mais recentes disponibilizadas pelo MEC). A meta estabelece que todo aluno tenha um aprendizado adequado à série em que estuda.
O professor de matemática do Ensino Médio, Helder Cortez Bonifácio Filho, que ensina em várias escolas e que mantém um cursinho isolado da disciplina em Natal, relata que a informação "infelizmente é verdade". Segundoele, parte da deficiência que os alunos têm em matemática se deve à falta de base no Ensino Fundamental.
"Possivelmente nas séries iniciais ele passou por algum trauma. No Ensino Médio, a maioria acha que matemática é apenas números que de nada lhe servem. Anteriormente não lhes mostraram a importância dos assuntos, por isso vemos que a maioria desses concluintes opta por algumas carreiras que não exigem cálculos, como Direito ou Medicina", opina.
"A matemática tem que ser prazerosa, mostrando ao aluno onde ele vai utilizá-la. Levar a turma a supermercados para calcular porcentagens, a lojas de carros para ver diferença de preços e juros, a uma fazenda, onde ele poderá saber a importância de um triângulo-retângulo para se fazer um curral", alerta o professor, citando exemplos da boa matemática que pode (e deve) ser ministrada em sala de aula. "A matemática está no cotidiano das pessoas. Quando você vê onde vai utilizar aquele assunto, você desperta interesse no estudante", defende Helder Filho.
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