Incidência de tumores de pâncreas foi maior após diagnóstico de diabetes
Segundo autores da maior revisão já
feita sobre o tema, médicos devem considerar rastrear tumores em pessoas
que desenvolvem diabetes sem uma causa óbvia.
Incidência de tumores de pâncreas foi maior após diagnóstico de diabetes (Thinkstock)
Pesquisadores australianos encontraram
uma relação entre o diabetes e o câncer de pâncreas. A descoberta,
publicada na última sexta-feira no periódico Annals of Surgical Oncology, foi
feita a partir da revisão de 88 estudos internacionais de 1973 a 2013,
realizada por médicos e matemáticos. Trata-se da maior análise
registrada sobre o tema.
Segundo Mehrdad Nikfarjam, especialista
em fígado, pâncreas e vias biliares no Departamento de Cirurgia da
Universidade de Melbourne, o câncer de pâncreas costuma ser descoberto
em estágio avançado, quando é incurável. “Esse é um estudo importante
que destaca para médicos e pacientes recém-diagnosticados com diabetes
sem uma causa óbvia a importância de investigar câncer de pâncreas”,
diz.
O estudo revelou que a incidência de
tumores de pâncreas foi maior após o diagnóstico de diabetes e
permaneceu elevada por muitos anos depois da descoberta. “A presença do
diabetes continua a ser um fator de risco moderado para o
desenvolvimento de câncer mais tarde na vida”, afirma Nikfarjam.
Embora o número de casos de câncer de
pâncreas seja relativamente baixo — no Brasil, segundo dados do
Instituto Nacional de Câncer (Inca), eles são responsáveis por 2% de
todos os tipos de câncer e por 4% das mortes decorrentes da doença — a
pesquisa sugere que os médicos devem considerar exames de rastreamento
em pacientes diabéticos.
“Pode ser importante rastrear em todas as pessoas recém-diagnosticadas
com diabetes, especialmente aquelas sem fatores de risco. Os exames
também podem se estender a diabéticos de longa data”, diz.
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