segunda-feira, março 17, 2014

Estudo relaciona diabetes e câncer de pancreas.

Incidência de tumores de pâncreas foi maior após diagnóstico de diabetes

Segundo autores da maior revisão já feita sobre o tema, médicos devem considerar rastrear tumores em pessoas que desenvolvem diabetes sem uma causa óbvia.

Incidência de tumores de pâncreas foi maior após diagnóstico de diabetes (Thinkstock)
Pesquisadores australianos encontraram uma relação entre o diabetes e o câncer de pâncreas. A descoberta, publicada na última sexta-feira no periódico Annals of Surgical Oncology, foi feita a partir da revisão de 88 estudos internacionais de 1973 a 2013, realizada por médicos e matemáticos. Trata-se da maior análise registrada sobre o tema.

Segundo Mehrdad Nikfarjam, especialista em fígado, pâncreas e vias biliares no Departamento de Cirurgia da Universidade de Melbourne, o câncer de pâncreas costuma ser descoberto em estágio avançado, quando é incurável. “Esse é um estudo importante que destaca para médicos e pacientes recém-diagnosticados com diabetes sem uma causa óbvia a importância de investigar câncer de pâncreas”, diz.

O estudo revelou que a incidência de tumores de pâncreas foi maior após o diagnóstico de diabetes e permaneceu elevada por muitos anos depois da descoberta. “A presença do diabetes continua a ser um fator de risco moderado para o desenvolvimento de câncer mais tarde na vida”, afirma Nikfarjam.

Embora o número de casos de câncer de pâncreas seja relativamente baixo — no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), eles são responsáveis por 2% de todos os tipos de câncer e por 4% das mortes decorrentes da doença — a pesquisa sugere que os médicos devem considerar exames de rastreamento em pacientes diabéticos.
 
“Pode ser importante rastrear em todas as pessoas recém-diagnosticadas com diabetes, especialmente aquelas sem fatores de risco. Os exames também podem se estender a diabéticos de longa data”, diz.

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