Uma das principais clínicas de abortos
clandestinos do Rio Grande do Sul foi descoberta e desarticulada na
última semana, em uma operação que teve oito pessoas presas e
equipamentos usados em operações apreendidos – entre eles agulhas de
tricô. A quadrilha contava com agenciadores, atravessadores e um esquema
de segurança, e as negociações começavam em grupos de uma rede social
da internet, como mostra reportagem do Teledomingo, da RBS TV.
A quadrilha oferecia o aborto através de
uma página rede social. A oferta incluía o envio de medicamentos
abortivos para outros estados como São Paulo. Na própria página, uma
mulher que se apresentava com o falso nome de Eva Duarte conversava com
os interessados. Ela garantia que a realização do procedimento seria
feito por médicos de primeiro mundo em uma clínica de luxo.
“Isso nos chama bem a atenção, a audácia
dessa quadrilha em ter essa página na rede social. Estamos convencidos
de que estamos diante de uma organização criminosa bem estruturada”,
afirma o delegado Cleber Ferreira.
A lei brasileira proíbe o aborto, exceto
em casos específicos em que a vida da mãe corre perigo, se ela for
vítima de estupro ou se o feto não tiver cérebro (anencefalia). Por
isso, o anúncio na rede social surpreendeu o delegado, que também
relatou a falta de preparo no local. “Ali também se notou durante a
nossa incursão que não tinha nada que pudesse salvar uma vida se
qualquer coisa que desse errado naquela intervenção cirúrgica que eles
estavam praticando”, disse Ferreira.
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