Agricultores do Assentamento Maisa, o maior assentamento da reforma
agrária do Rio Grande do Norte, têm se destacado na produção de melão
amarelo para exportação e de acerola para a produção de polpa de frutas.
Localizado no município de Mossoró, a cerca de 280 quilômetros da
capital Natal, no Território da Cidadania Açu/Mossoró, o assentamento
foi criado em 2004, tem área total de aproximadamente 19,7 mil hectares e
capacidade para 1.150 famílias, distribuídas em dez agrovilas, sendo
sete no município de Mossoró e três no município de Baraúna.
Grande parte das cerca de 155 toneladas de melão produzidas
anualmente pela agricultora Antônia Ozineide da Silva, assentada na
agrovila Nova União, é exportada, principalmente para países europeus. O
excedente é comercializado no mercado interno. Com o quilo da fruta
custando em média R$ 0,70, apenas a família de Dona Antônia já embolsou,
em 2015, R$ 108,5 mil só com a produção de melão.
O melão é produzido em uma área irrigada de sete hectares. A água é
retirada de um poço tubular com 62 metros de profundidade e vazão de 172
mil litros/hora, perfurado com recursos das primeiras liberações do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) na
modalidade “A” para a família de Dona Antônia.
Hoje, a maior parte das famílias do Assentamento Maisa está na
primeira fase da aplicação do Pronaf “A”, que pode chegar ao teto de R$
25 mil por beneficiário, mais R$ 1,5 mil para assistência técnica.
A produção de melão amarelo (Cucumis melo inodorus) da famílai de Dona
Antônia ajuda a manter o polo formado por Mossoró e pelos municípios
vizinhos Açu e Baraúna na primeira posição na produção da fruta no
Brasil, seguida pela região do Médio Jaguaribe, no Ceará. Dados da
última pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf),
em 2011, mostram que no estado há mais de 8 mil hectares de plantios,
que produzem cerca de 250 mil toneladas de melões – o equivalente a 50%
da produção nacional de melão.
Desde 1990, a região de Mossoró é reconhecida pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como área livre da
mosca-das-frutas, pertencentes à família Tephritidae – o que facilita a
entrada das frutas produzidas na região em mercados consumidores mais
exigentes, como a Europa, os Estados Unidos e o Japão. As
moscas-das-frutas são conhecidas mundialmente como pragas da
fruticultura por depositarem seus ovos no interior dos frutos,
inutilizando-os para o mercado, principalmente para o de exportação,
devido ao risco de introdução da praga em outros países.
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