Para os produtores de frutas irrigadas, em especial para os exportadores
do melão que é colhido no sertão potiguar, a crise econômica não tem
sido um mal negócio. Como quem dita as regras da exportação nacional é a
moeda americana, a alta do dólar está fazendo os lucros saltarem.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), o Rio Grande do Norte exportou 64 mil toneladas de
melão entre os meses de janeiro e outubro deste ano, com um faturamento
de 41,4 milhões de dólares até então. No mesmo período do ano passado,
foram para fora do país 52,4 mil toneladas do fruto e a arrecadação foi
de U$ 38 milhões – o que representa um crescimento de 9% apesar de o estado enfrentar a pior estiagem dos últimos 100 anos.
“O estado enfrenta uma seca terrível. São quatro anos seguidos de
chuvas abaixo da média. Mas, até agora, essa estiagem não afetou a nossa
produção. Isso porque as nossas plantações são irrigadas com água de
lençóis freáticos, e não diretamente das chuvas. No entanto, é claro que
a situação preocupa. Se não voltar a chover logo, os poços irão secar e
não teremos de onde retirar a água”, ressaltou Marcellus Fernandes, que
é atendente de exportações da Agrícola Famosa, a maior produtora e
exportadora de melão e melancia do país.
"Ano passado, uma caixa com sete frutos era vendida para o mercado
exterior a U$ 7,50. Agora, a caixa não sai por menos de R$ 9. Devemos
chegar ao final do ano com um crescimento de 30%", comemorou o gerente.
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