O uso da "pílula do dia seguinte" do HIV aumentou em 186% do início de
junho até o fim de novembro em comparação ao mesmo período do ano
passado. A profilaxia pós-exposição (PEP, na sigla em inglês) pode ser
usada por pessoas que tenham sido expostas ao vírus HIV - tanto
profissionais da saúde que tiveram contato com o sangue de soropositivos
por acidente quanto pessoas que tiveram relações sexuais de risco -
para impedir que o vírus se instale no organismo. A estratégia só
funciona se iniciada até 72 horas após a exposição.
Foram 10.419 casos de uso de PEP no Brasil entre junho e novembro deste
ano. No mesmo período de 2014, a PEP tinha sido usada em 3.646 casos. O
aumento se deve, segundo o médico Fábio Mesquita, diretor do
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, às regras que facilitaram a prescrição da PEP, que entraram em vigor em julho.
A "pílula do dia seguinte" do HIV já estava disponível no Sistema Único
de Saúde (SUS) desde a década de 1990, mas as novas diretrizes
simplificaram seu uso: desde julho, não é mais preciso um especialista
em Aids para dispensar a PEP.
O dado foi divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (1º),
em coletiva de imprensa sobre a situação da Aids no país. "Agora as
pessoas sabem mais sobre essa possibilidade e procuram como a uma
alternativa de prevenção contra o HIV", disse Mesquita durante o evento.
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