segunda-feira, janeiro 04, 2016

Indústria de suco terá de conciliar baixo estoque com alta demanda.

O cenário é positivo para o setor citrícola em 2016, mas o Brasil terá limitações para aproveitar o potencial de demanda. A indústria brasileira de suco de laranja terá de conciliar os baixos estoque da bebida e a expectativa de melhora na demanda, principalmente na Europa, maior cliente do País. A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) estima em torno 300 mil toneladas o estoque ao final da atual safra, em junho. O volume é considerado muito baixo, principalmente diante da expectativa do mercado de um crescimento de 2% a 5% na demanda europeia, fato raro nos últimos anos com seguidas quedas no consumo.

O diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, avalia que 2016 “não será um ano ruim” para o setor, porque outros sucos concorrentes estão muito valorizados, o que favorece a competitividade do de laranja. Enquanto o suco de laranja está cotado em torno de US$ 1.700 a tonelada, o de abacaxi, por exemplo, varia entre US$ 3.500 e US$ 3.900 a tonelada e teve uma alta recente causada pelas seguidas quebras na safra tailandesa. Já o suco de maçã, maior concorrente da bebida brasileira, também ficou caro, mas por outro motivo: a dificuldade dos europeus em conseguir uma fruta mais ácida, de melhor qualidade para a bebida. O suco de maçã é cotado em torno de US$ 1.500 a tonelada.

Outro fator positivo para o Brasil é a concorrência cada vez menor da Flórida, segunda maior região produtora mundial da fruta e do suco de laranja. O estado norte-americano deve produzir na atual safra apenas 70 milhões de caixas (de 40,8 quilos) de laranja, menos de um terço das 230 milhões de caixas produzidas no começo da década passada. Para efeito de comparação, o parque comercial citrícola brasileiro, entre São Paulo e Minas Gerais, tem uma produção de 280 milhões de caixas.

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