O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do
Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, afirmou em entrevista que a
pasta deverá analisar nos próximos dias os dados sobre zika coletados
nos chamados laboratórios sentinela e, a partir daí, uma decisão será
adotada sobre o formato de notificação da doença. “Considero promissora a
ideia de adotarmos um modelo híbrido, que amplie o número de
laboratórios que fazem as coletas, mas que não seja universal, como o
que está sendo feito em Pernambuco e Bahia”, afirmou.
Como não há um kit de diagnóstico que consiga identificar a presença
de anticorpos de zika no sangue, o acompanhamento da infecção é feito
por meio de centros avançados de pesquisa. Unidades de atendimento
escolhidas pelo ministério ficam encarregadas de acompanhar o número de
casos atendidos e fazer exames em parte dos pacientes para serem
enviados para análise de especialistas. Os dados são analisados por
amostras e depois projetados para toda população. A ideia de Maierovitch
é ampliar esse número de espaços de coleta, para que essa amostra seja
ainda maior.
Ele reconheceu ser “tentador” partir para um formato de notificação
compulsória, em que todos os casos suspeitos são notificados, desde que a
presença do vírus seja comprovada na região. Esse é o modelo usado, por
exemplo, para dengue e chikungunya, doenças transmitidas pelo mesmo
vetor do zika vírus o Aedes aegypti.
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