terça-feira, setembro 13, 2022

Lauro Jardim: com rejeição 'imbrochável', Bolsonaro procura coelho na cartola para virar o jogo.

A menos de 20 dias das eleições, a distância de 15 pontos percentuais entre Lula e Jair Bolsonaro retratada na pesquisa do Ipec é uma situação bastante confortável para o líder. Mais ainda porque esse quadro é de estabilidade há um mês. O ex-presidente tinha 44% no dia 15 de agosto e hoje aparece com 46% das intenções de voto. Para completar o cenário desfavorável para Bolsonaro, sua rejeição pulou de 46% para 50%, a mais alta taxa das quatro pesquisas que o Ipec fez até agora nesta eleição. 

Para quem apostou tudo no 7 de Setembro, é uma decepção. Bolsonaro juntou multidões no Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. Mas, a julgar pelos números do Ipec, não foi o suficiente para converter os indecisos.

Assim como ocorreu com a propaganda eleitoral de rádio e TV. Está há pouco mais de duas semanas no ar. Por enquanto, nem sinal de mudança no ânimo do eleitor. Tentou-se mudar o tom das peças. O time de marketing do presidente passou a atacar Lula de forma mais agressiva. Os ataques também não foram capazes de sacudir com o eleitor. 

Não há, a esta altura, muitos coelhos para a campanha de Bolsonaro tirar da cartola. Então, ao entorno de Bolsonaro restam algumas especulações — boa parte delas com o intuito de incutir otimismo à tropa. A mais recente atende pelo nome de “abstenção”.

O comando de campanha do presidente surgiu nos últimos dias com esse novo mantra para tentar convencer interlocutores de que ele chegará condições mais favoráveis no embate com Lula no dia 2 de outubro.

Por essa conjectura, uma parte do eleitorado de Lula seria mais propenso a deixar de votar. Por pelo menos dois motivos. Porque são mais pobres (e com maior dificuldade de deslocamento até os locais de votação) e porque não estão tão engajados quanto os bolsonaristas.

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