O papa Bento 16 pediu nesta sexta-feira (10) à Igreja Católica do Brasil que não poupe esforços para deter o crescente abandono de fiéis e enfrentar, por outro lado, a rápida expansão das comunidades evangélicas e neopentecostais.
O pedido foi feito durante discurso aos bispos brasileiros, recebidos ontem em Castelgandolfo (a cerca de 30 km de Roma), na tradicional visita ad limina (visita aos túmulos, em tradução livre do latim), realizada a cada cinco anos por representantes de cada país.
Segundo o papa, o afastamento dos fiéis se deve a “uma evangelização, em nível pessoal, às vezes superficial”.
- É observada uma crescente influência de novos elementos na sociedade, que há poucas dezenas de anos não existiam. Isto provoca um crescente abandono por parte de muitos católicos da vida eclesial ou inclusive da igreja, enquanto no panorama religioso do Brasil se assiste à rápida expansão das comunidades evangélicas e neopentecostais.
Bento 16 disse que “às vezes, os batizados não são suficientemente evangelizados, por isso são facilmente influenciáveis, já que têm uma fé frágil e frequentemente baseada em uma ingênua devoção”.
Por isso, o papa pediu que a Igreja Católica “se empenhe na evangelização e que não economize esforços na busca de católicos que tenham se afastado ou de pessoas que conheçam pouco ou nada da mensagem cristã”. Ele explicou que, diante do desafio da multiplicação incessante de novos grupos, nos quais às vezes é feito uso de um proselitismo agressivo, é necessário reforçar o “diálogo ecumênico”.
- A falta de unidade [entre as igrejas cristãs] mina a credibilidade da mensagem cristã divulgada à sociedade.
Bento 16 afirmou ainda que o diálogo agora “é mais necessário do que nunca”.
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