domingo, fevereiro 02, 2014

Mãe quer Justiça após enterrar o filho duas vezes: 'Estou revoltada'.


O jovem Carlos Yugor de Souza Almeida, de 20 anos, morreu no último dia 26, após ser atropelado um dia antes por um trem, no bairro Vila Natal, em Cubatão (SP). Mas, além das circunstâncias trágicas do falecimento de Carlos, dois acontecimentos trouxeram ainda mais dor para a técnica em meio ambiente Lucielma de Souza Gomes, de 38 anos. Isso porque o corpo do seu filho foi enterrado sem partes que acabaram sendo separadas por conta do acidente com o trem e 'esquecidas' pelo hospital. O Boletim de Ocorrência da morte do jovem também causou impacto na família.

Revoltada, a mãe de Carlos Yugor lembra os momentos de aflição que viveu logo após a perda de seu filho, com a notícia de que as pernas do jovem não estavam entre os restos mortais enterrados. “O enterro foi na segunda-feira (27) de manhã e, quando foi na terça-feira (28), o meu namorado recebeu uma ligação da assistente social do Hospital Modelo, onde o meu filho ficou internado. Achei que fosse para prestarem algum tipo de apoio, mas na quarta-feira (29), ela esteve na minha casa, às 13h. A assistente social veio com uma enfermeira. Foi neste momento que ela me deu a notícia de que os membros inferiores do meu filho ainda estavam no hospital. Não acreditei quando ela falou”, relata.

Lucielma destaca que a surpresa só não foi maior do que a revolta com o episódio. “Ele havia precisado amputar do joelho para baixo, mas a justificativa para não terem enviado os membros inferiores não me convence. Eles alegaram que não contavam que ele iria a óbito. Como assim? O médico mesmo já havia dito que seria difícil ele resistir até de manhã. Disseram também que ele foi para a biópsia, mas eu não acredito”, afirma.

Com essa informação, a técnica em meio ambiente precisava fazer o enterro dos demais restos mortais de seu filho. Porém, Lucielma lembra que a resolução deste problema não foi simples. “Precisávamos fazer o sepultamento das pernas em um outro enterro. Mas tínhamos que ver o jazigo. O corpo do meu filho já estava em decomposição, tanto que foi difícil deixar o caixão aberto durante o velório. Acionamos a tia dele, para que os membros inferiores fossem enterrados na campa do falecido pai dele. O hospital nos pressionou e disse que o sepultamento tinha que ser até 17h. Eles disseram que tínhamos que ser rápidos. Ela deu a autorização, mas não foi tão simples. A moça do hospital disse que eu tinha de ligar em 10 minutos, mas ela não me atendeu no celular. Aí, lembrei da internação e liguei pro Hospital Modelo”, conta.

A mãe de Carlos ressalta a angústia com a situação. “Fiquei muito nervosa quando ela disse isso. Falei que estava ligando há muito tempo para ela, mas ela não escutava. Daí, ela explicou que o celular era do hospital, não era dela. Não tive dúvidas em dizer que eles tinham muito tempo para sepultar o meu filho. Falei: ‘Não quero nem saber, vocês já fizeram muita lambança. Quero isso resolvido’. E desliguei o telefone. Felizmente, os funcionários do cemitério aceitaram esperar, vendo o meu desespero. Só que a secretária da Osan, que fez o enterro, disse que talvez não desse tempo. Também falei que isso não interessava. Graças a Deus contei com a ajuda de amigos para resolver esse problema”, diz. Via g1.

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