O jovem Carlos Yugor de Souza Almeida, de 20 anos, morreu no último dia
26, após ser atropelado um dia antes por um trem, no bairro Vila Natal,
em Cubatão
(SP). Mas, além das circunstâncias trágicas do falecimento de Carlos,
dois acontecimentos trouxeram ainda mais dor para a técnica em meio
ambiente Lucielma de Souza Gomes, de 38 anos. Isso porque o corpo do seu
filho foi enterrado sem partes que acabaram sendo separadas por conta
do acidente com o trem e 'esquecidas' pelo hospital. O Boletim de
Ocorrência da morte do jovem também causou impacto na família.
Revoltada, a mãe de Carlos Yugor lembra os momentos de aflição que
viveu logo após a perda de seu filho, com a notícia de que as pernas do
jovem não estavam entre os restos mortais enterrados. “O enterro foi na
segunda-feira (27) de manhã e, quando foi na terça-feira (28), o meu
namorado recebeu uma ligação da assistente social do Hospital Modelo,
onde o meu filho ficou internado. Achei que fosse para prestarem algum
tipo de apoio, mas na quarta-feira (29), ela esteve na minha casa, às
13h. A assistente social veio com uma enfermeira. Foi neste momento que
ela me deu a notícia de que os membros inferiores do meu filho ainda
estavam no hospital. Não acreditei quando ela falou”, relata.
Lucielma destaca que a surpresa só não foi maior do que a revolta com o
episódio. “Ele havia precisado amputar do joelho para baixo, mas a
justificativa para não terem enviado os membros inferiores não me
convence. Eles alegaram que não contavam que ele iria a óbito. Como
assim? O médico mesmo já havia dito que seria difícil ele resistir até
de manhã. Disseram também que ele foi para a biópsia, mas eu não
acredito”, afirma.
Com essa informação, a técnica em meio ambiente precisava fazer o
enterro dos demais restos mortais de seu filho. Porém, Lucielma lembra
que a resolução deste problema não foi simples. “Precisávamos fazer o
sepultamento das pernas em um outro enterro. Mas tínhamos que ver o
jazigo. O corpo do meu filho já estava em decomposição, tanto que foi
difícil deixar o caixão aberto durante o velório. Acionamos a tia dele,
para que os membros inferiores fossem enterrados na campa do falecido
pai dele. O hospital nos pressionou e disse que o sepultamento tinha que
ser até 17h. Eles disseram que tínhamos que ser rápidos. Ela deu a
autorização, mas não foi tão simples. A moça do hospital disse que eu
tinha de ligar em 10 minutos, mas ela não me atendeu no celular. Aí,
lembrei da internação e liguei pro Hospital Modelo”, conta.
A mãe de Carlos ressalta a angústia com a situação. “Fiquei muito
nervosa quando ela disse isso. Falei que estava ligando há muito tempo
para ela, mas ela não escutava. Daí, ela explicou que o celular era do
hospital, não era dela. Não tive dúvidas em dizer que eles tinham muito
tempo para sepultar o meu filho. Falei: ‘Não quero nem saber, vocês já
fizeram muita lambança. Quero isso resolvido’. E desliguei o telefone.
Felizmente, os funcionários do cemitério aceitaram esperar, vendo o meu
desespero. Só que a secretária da Osan, que fez o enterro, disse que
talvez não desse tempo. Também falei que isso não interessava. Graças a
Deus contei com a ajuda de amigos para resolver esse problema”, diz. Via g1.
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