Com promoções e uma certa corrida às lojas para aproveitar os
estoques de carros sem a alta do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI), em vigor desde o início do ano, a indústria automobilística
registrou no mês passado o melhor janeiro de sua história. Foram
vendidos 300,1 mil automóveis e comerciais leves, 1% a mais que no mesmo
mês de 2013, até então recorde para o setor. Em relação a dezembro,
contudo, houve queda de 10,7%.Somando caminhões e ônibus, as vendas
totalizaram 312,6 mil unidades, apenas 0,4% acima do resultado de um ano
atrás, e 11,6% abaixo no comparativo com dezembro, tradicionalmente
forte para o setor.
O fato de começar o ano com discreta alta nos
negócios, contudo, não deve ser tendência daqui para a frente. “Este ano
vai ser muito difícil”, prevê o diretor da Ford, Rogelio Golfarb.
Além
dos problemas macroeconômicos, como crescimento baixo do Produto
Interno Bruto (PIB) e crédito caro, o ano terá jogos da Copa e eleições,
dois fatores que podem influenciar nos negócios, afirma o executivo.
Indústria
e revendedores reconhecem que o desempenho de janeiro é decorrente da
oferta de estoques com IPI menor. No fim de dezembro, só as revendas
tinham em seus pátios 289,4 mil veículos que foram faturados no fim do
ano com o desconto do IPI, que estava em vigor desde maio de 2012.
Segundo as montadoras, atualmente há poucos carros com IPI antigo nas
lojas.
“Tradicionalmente, o primeiro mês do ano costuma ser um
período mais fraco para vendas de automóveis. Porém, os estoques
contavam com veículos ainda com desconto no IPI, e esse foi o fator
relevante para o crescimento”, diz Flavio Meneghetti, presidente da
Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
O
ano de 2013 encerrou com queda de 0,9% nas vendas em relação ao
anterior, o primeiro resultado negativo em dez anos. Para 2014, a
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)
projeta aumento de apenas 1,1%, para 3,8 milhões de unidades.
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