Um novo estudo sugere que a ação de amamentar, que já foi associada à
diminuição do risco de câncer de mama, talvez também gere outro
benefício para as mulheres: reduzir o risco de reincidência do câncer.
Publicado na edição de julho do periódico "The Journal of the National
Cancer Institute", o estudo acompanhou 1.636 pacientes que venceram o
câncer de mama. Os pesquisadores examinaram registros médicos e reuniram
dados que determinaram se as mães tinham amamentado seus filhos. Eles
descobriram 383 reincidências e 290 óbitos por câncer de mama durante o
acompanhamento que levou, em média, nove anos depois do término do
tratamento.
Após o controle dos fatores idade, tabagismo, nível
de escolaridade, raça e tipo de tratamento, entre outros, eles
descobriram que a amamentação –independente do período– estava associada
a uma redução de 30% no risco de reincidência da doença. Além disso, os
pesquisadores descobriram que as mulheres que amamentaram por mais de
seis meses tiveram uma redução ainda maior de risco de reincidência,
37%. As reduções também foram semelhantes para os casos de óbitos por
câncer de mama.
"Amamentar faz bem para o bebê e esse estudo
sugere a existência de benefícios adicionais para a mãe. Esse resultado
contribuirá com os dados disponíveis para que a mulher tome a decisão de
amamentar ou não", afirmou Marilyn L. Kwan, principal autora do estudo e
pesquisadora da Kaiser Permanente de Oakland, na Califórnia.
A
redução do risco de reincidência é mais evidente para os tumores
receptores de estrógeno positivo –tipo mais comum de câncer de mama–,
mas não foi significativa para as mulheres com tumores HER2 positivo. A
amamentação gera algumas alterações moleculares nas células da mama, o
que pode explicar esse efeito protetor contra a doença.
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