O efeito da greve dos caminhoneiros na inflação deve começar a se
dissipar ainda neste mês, com a reversão da alta de preços da gasolina e
do gás de cozinha, por exemplo, segundo avaliação de especialistas.
Em junho, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 1,26%, a maior taxa para o
mês desde 1995, de 2,26%. O resultado superou a previsão de instituições
financeiras consultadas pelo Banco Central (BC), que projetavam
variação de 1,15%. Também ficou acima da previsão do BC, que era 1,06% para o mês passado.
Em maio, o efeito do desabastecimento provocado pela greve dos
caminhoneiros, no final do mês, se somou às pressões sobre os preços de
energia e combustíveis. Com isso, o IPCA teve alta de 0,40%. Em junho, a
aceleração ocorreu devido a intensificação dos efeitos da paralisação
sobre os preços de alimentos e combustíveis e a da mudança de bandeira
tarifária.
O coordenador do curso de economia do Instituto Brasileiro de Mercado
de Capitais (Ibmec), Márcio Salvato, explicou que a “explosão” da
inflação em maio e junho ocorreu devido ao aumento da procura por
produtos como a gasolina e o gás de cozinha. “Houve excesso de demanda
porque as pessoas estavam querendo fazer estoque. Produtos como
gasolina, gás de cozinha subiram. Além disso, teve o efeito de mudança
na estrutura de custos com frete”.
Para Salvato, a inflação pode até ficar abaixo do esperado com os
preços da gasolina e do gás voltando ao normal. “Deve haver descida dos
preços dos produtos que sofreram efeito direto”, disse. Ele destacou que
não tem risco se perder o controle de inflação por causa dos efeitos da
greve dos caminhoneiros.
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