Profissionais do Conselho Tutelar de Jaboatão dos Guararapes (PE, se reúnem no início da manhã desta sexta-feira (09) para discutir os procedimentos aos quais será submetida a menina de dez anos que engravidou do próprio padastro, por quem era abusada sexualmente há dois anos. O crime foi descoberto durante a realização de exames médicos para verificar a causa das fortes dores abdominais que a garota sentia.
A menina deve submetida a testes para verificar a existência de infecções sexualmente transmissíveis e a uma ultrassonografia para constatar o estado do feto, que já tem 16 semanas. De acordo com o conselheiro Eduarte Santos, os exames serão realizados em um hospital do Recife, mas ainda não se sabe se ela seguirá ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) porque a criança e a mãe estão bastante abaladas e poderiam sofrer algum tipo de exposição no hospital. "A ideia é elas possam ter um pouco de calma para pensar bem durante este processo e como o crime chamou muita atenção, pode haver um grande desconforto", explica.
Ainda segundo o conselheiro, a família ainda não chegou a uma conclusão sobre um possível aborto, mas garante que a decisão deve ser tomada com base nos laudos médicos. "Talvez nem a vontade da menina seja realmente atendida. O mais correto é avaliar qual opção oferece menos risco à saúde dela: realizar um aborto ou manter o feto. Apenas após essa resposta, haverá um posicionamento", garante.
Prisão - O pedreiro de 44 anos foi preso ontem (08), depois de ser autuado em flagrante quando levava roupas ao hospital onde a garota realizava exames. Ele já foi encaminhado ao Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. A denúncia formal da polícia civil será concluída na próxima segunda-feira (11), quando a irmã da vítima, uma estudante de 14 anos, prestará depoimento na Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA).
Em depoimento, a criança teria afirmado que a denúncia não foi feita antes por conta das ameaças que o padrastro fazia contra a sua mãe. Ele, inclusive, teria espetos ‘tipo arpão‘ dentro de casa, o que aumentava o terror sofrido pela garota desde os oito anos. Os abusos ocorreriam dia sim, dia não, enquanto a mãe da criança trabalhava como diarista.
A irmã da vítima, de 13 anos, chegou a presenciar algumas situações em que o acusado se trancava com a vítima. Ele, inclusive, já havia orientado a menina para que, se engravidasse, responsabilizasse um desconhecido. "Ele sabia do risco da gravidez e deu essa recomendação. Ela vivia sob ameaças, por isso nunca disse nada. Não tinha coragem", afirmou o delegado da GPCA, Jorge Ferreira. O comportamento do padrasto, inclusive, já tinha chamado a atenção da mãe da menina. "Há algum tempo eles já não mantinham relações sexuais. Ele alegava que estava impotente. Tinha um comportamento típico de um pedófilo", constatou Jorge Ferreira.
Fonte: D/N.
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