Pesquisa inédita no Brasil, realizada por uma dupla de professores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Mossoró, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), mostra que é possível que seres humanos e animais com dificuldades de reprodução ou que passaram por tratamento de câncer possam criar condições de reprodução através do transplante de gônadas (ovário e testículo).
Segundo a pesquisadora Michelly Macedo, as experiências foram feitas em animais durante seu doutorado em São Paulo e tiveram resultados positivos. "Utilizamos uma rata e retiramos tecido ovariano, que foi fragmentado e transplantado para outras regiões do corpo do animal, como a cápsula renal e o tecido subcutâneo. Esse tecido se desenvolveu sem perda de suas características, podendo ser usado para fecundação em laboratório".
Ela conta que já existem estudos sobre transplante de gônadas nos EUA, Japão e Holanda. "O primeiro experimento foi feito com ovelhas em 1994e atualmente oito bebês humanos já nasceram com utilização da técnica. No Brasil é algo inovador, que deverá desencadear muitos estudos para que possa ser implantado em seres humanos". No caso dos seres humanos, esse benefício pode ser utilizado em mulheres jovens que tenham um diagnóstico de câncer, ainda em fase reprodutiva, que deverão passar por quimioterapia, por exemplo, mas que ainda desejam ser mães. O transplante é feito da seguinte maneira: retira-se parte do tecido ovariano e congela-se em laboratório, e após o tratamento, o tecido é reintroduzido na tuba uterina da paciente".
Ela acredita que o processo possa ser utilizado em seres humanos em aproximadamente cinco anos. "Estamos buscando parcerias e fazendo pontes com a medicina para iniciar os estudos". Segundo a veterinária, o ganho para população será intenso. "Homens e mulheres que passarão por tratamento de câncer ou que podem ter problemas com as gônadas no futuro, como acontece após a menopausa, terão oportunidade de armazenar ovários ou testículos para serem usados futuramente. O transplante também garante a produção de hormônios essenciais cuja ausência pode gerar problemas cardiovasculares e ósseos".
Fonte: D/N.
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