Órgãos fiscalizadores e entidades representativas no Nordeste estão preocupados com um problema antigo, mas que ainda assombra a região: o uso eleitoral da água em épocas de seca no semiárido. Com surgimento das primeiras denúncias de suposta troca de votos por ajuda emergencial, investigações e campanhas foram lançadas nos últimos dias com intuito de alertar sertanejos e candidatos sobre os crimes previstos em oferecer vantagem indevidas a eleitores em período de campanha eleitoral.
Se em outros anos a preocupação já existia, em 2012 ela é maior, pois pelo menos 1.000 municípios nordestinos decretaram situação de emergência por conta da seca, que é considerada por especialistas a maior nas últimas três décadas. Não chove em muitos municípios desde setembro de 2011.
No Piauí, onde 155 municípios estão em emergência, uma denúncia de uso eleitoral da distribuição de água no município de Picos (a 308 km de Teresina), na semana passada, levou o procurador Regional Eleitoral, Alexandre Assunção e Silva, a expedir uma recomendação aos promotores pedindo fiscalização rigorosa da execução de programas emergenciais.
À Promotoria Eleitoral de Picos, o procurador pediu uma investigação sobre a denúncia relatada por líderes comunitários ao "Correio Braziliense", que denunciaram que eleitores do prefeito estariam obtendo vantagens na distribuição da água na zona rural.
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