O
ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, respondeu ao
presidente Jair Bolsonaro que, na manhã desta segunda-feira, 1º, o
chamou de "covarde" ao acusá-lo de dificultar a posse e o porte de armas
no Brasil. Na reunião ministerial de 22 de abril, Bolsonaro pressionou o
ex-ministro a assinar uma portaria para ampliar o limite para a compra
de munições no País e defendeu armar a população contra governantes que
impõem quarentena em Estados e municípios.
Em nota divulgada também nesta segunda, Moro defendeu o isolamento
social como medida mais eficaz de combate à pandemia e criticou o que
classificou como "ofensas e bravatas" do governo.
O ex-ministro declarou ter procurado Secretários de Segurança dos
Estados e do Distrito Federal, durante a pandemia, na tentativa de
"evitar ao máximo o uso da prisão como sanção ao descumprimento de
isolamento e quarentena", mas reconheceu que a medida está prevista na
Constituição para aqueles que, cientes de estarem infectados, não
cumpram isolamento.
Moro acusou ainda o presidente de tentar utilizar políticas de
flexibilização de posse e porte de armas para "promover espécie de
rebelião armada contra medidas sanitárias impostas por Governadores e
Prefeitos"
O ex-ministro criticou também a revogação de normas que tratam sobre
controle de armas e munições, sob o risco de "desvio do armamento
destinado à proteção do cidadão comum para beneficiar criminosos".
No mês passado, por determinação do presidente, o Ministério da
Defesa revogou três portarias do Exército Brasileiro que, na prática,
dificultavam o acesso do crime organizado a munições e armamentos
extraviados das forças policiais do País. O Ministério Público Federal
acionou a Justiça para que as medidas sejam retomadas.
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