quinta-feira, janeiro 12, 2012

Lixões tomam conta das quatro zonas de Natal.

Que há lixo nas ruas é fácil perceber em todos os canteiros de ruas e avenidas de Natal. Mas o acúmulo exagerado acaba provocando o surgimento de lixões a céu aberto, o que tem se tornado comum nas quatro zonas da cidade. Sofás, computadores, equipamentos eletrônicos, metralha, poda de árvores, gesso, papel, latas, vidros, animais mortos, fedor. Há de tudo nesses locais. O mais frequente é que eles sejam formados por causa dos catadores de materiais recicláveis, que tendem a juntar numa mesma área os detritos que viram sucata comercializável.

Ontem o Diário percorreu as quatro zonas da cidade. Em todas as partes ouviu pessoas que reclamaram da presença desses lixões. O caso mais crítico foi verificado em Cidade Satélite, na esquina da Rua Tamanduateí com a Rua Rio Guaíba, Zona Oeste. O trecho de mata que dá acesso à Rua Serra dos Carajás está tomado por um verdadeiro lixão a céu aberto, que perturba os moradores da região. Eles já fizeram várias reclamações à prefeitura, mas dizem que nada foi suficiente para diminuir o problema.

Parece ter virado mesmo Casa da Mãe Joana. No momento em que a reportagem esteve no local encontrou um homem num carro que foi até o local apenas com esse intuito: jogar lixo. Uma família de catadores que afirmou ser da comunidade do Leningrado também foi despejar produtos elétricos. "Pensei que ia ganhar dinheiro com isso, mas nada", bradou a mulher, ao jogar uma máquina fotocopiadora de xérox na montanha de lixo. O marido dela não quis dar mais detalhes sobre o porque estariam ali e de onde vem tanto lixo. Em tom áspero, o catador disse que não gosta de dar entrevistas.

Dia e noite o ritual se repete. "Está complicado. Já buscamos tentar fazer alguma coisa para mudar isso, mas a prefeitura vem e faz a limpeza. Quando sai, em poucos minutos está cheio de carroceiros aqui jogando lixo de novo", afirmou Eugênio Pacelle Duarte, comerciante. Já Cláudia Vanderley Vidal, disse que para se ter uma ideia, ontem o local parecia limpo, apesar de o terreno estar tomado de entulho. "Essa área era toda tomada de mata. Já tocaram fogo para ver se o pessoal deixa de jogar lixo. É rato dentro de casa, barata, tudo de ruim. Tenho criança em casa e preciso colocar veneno para evitar animais peçonhentos. Todos nós sofremos muito. O que você imaginar tem aqui".

Os moradores também já tentaram cercar a área. "A diferença de nível dessas árvores já avançou mais de um metro. Enquanto isso a gente é obrigado a conviver com ratos, moscas, muitos problemas. Ficaram de vir, colocar caçambões para armazenar o lixo e cercar tudo isso aqui, mas até agora nada", afirmou Pacelle. "Eu ensaco o lixo de casa, coloco na lixeira e a coleta leva normalmente. Mas já chegaram a dizer que os fiscais da prefeitura alegam que se pode jogar lixo nesse terreno. Ou seja, a gente está sem saber se a prefeitura sabe desse problema e permite que aconteça ou não", completou Cláudia Vidal. "O que queremos é que os órgãos públicos dêem apenas um rumo pra isso".

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