Aos poucos, a gerente de banco Maria Júlia da Silva, 55 anos, se adaptou às limitações de sua visão. Depois de trocas constantes das lentes dos óculos sem, contudo, obter uma melhora para enxergar, ela iniciou uma peregrinação em consultórios oftalmológicos para tentar descobrir o seu problema. Só encontrou alento com um especialista em retina, que, enfim, diagnosticou a degeneração macular da retina, um problema progressivo, ainda sem cura, e que leva à cegueira.
Maria Júlia, que se tornou presidente da Associação Retina Brasil — entidade criada para disseminar informações sobre a doença no país —, foi uma das pacientes convidadas a contar sua história no quinto Congresso da Sociedade Panamericano de Retina e Vítreo, realizado, no mês passado, em San José, na Costa Rica. Uma semana depois que especialistas elaboraram o consenso latino-americano de degeneração macular relacionado à idade (DMRI), documento que normatiza o entendimento dos especialistas sobre a doença, a Sociedade Brasileira de Glaucoma promoveu a semana de conscientização em combate à cegueira causada pelo glaucoma. Os especialistas, em ambos os encontros, são unânimes em apontar que o diagnóstico precoce desses problemas é a melhor forma de impedir os casos de cegueira.
Com o glaucoma — primeira causa de cegueira irreversível — e a catarata — primeira causa de cegueira reversível —, as degenerações maculares são as principais causas da cegueira. Durante o congresso, os especialistas ressaltaram a importância de diagnosticar precocemente os problemas que atingem a visão a fim de iniciar o quanto antes o tratamento, evitando, assim, a perda total do sentido. “O oftalmologista pode confundi-las (as degenerações maculares) com complicações do diabetes e outras patologias”, diz Maria Júlia.
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