A auxiliar de cabeleireiro Lilian Suelen Teixeira, de 19 anos, começou a trabalhar em agosto do ano passado. Apesar de recente no mercado de trabalho, ela já comprou, com o salário que recebe, dois celulares, um notebook e uma impressora. O notebook custou R$ 1,8 mil e está sendo pago em 10 parcelas. O último celular tira foto, tem MP3 e custou R$ 350. Lilian pagou em cinco prestações. Ela estuda engenharia ambiental e conta que precisa do notebook para fazer os trabalhos da faculdade. “Pagar parcelado ajuda muito. Caso contrário, teria que juntar todo o dinheiro e frequentar lan house enquanto não pudesse fazer a compra”, diz.
Lilian faz parte da chamada geração Y, formada por jovens com até 25 anos, novatos no mercado de trabalho e que começam a fazer suas primeiras compras financiadas. No ano passado, cerca de 9 milhões de pessoas tomaram empréstimos pela primeira vez, segundo a Serasa Experian. Uma parte delas carrega CPFs recentes e outros já estavam registrados como contribuintes, mas nunca tinham contratado financiamento. Cerca de 50% desses novos consumidores de crédito são jovens com menos de 25 anos, informa Ricardo Loureiro, presidente da Serasa. “São trabalhadores que estão ingressando no mercado de trabalho. Hoje, com 17 a 18 anos, o jovem já é consumidor”, afirma Loureiro.
O que esses jovens querem é conectividade e mobilidade. São consumidores que estão comprando o primeiro automóvel, a primeira motocicleta, o primeiro tablet ou estão migrando de um telefone celular para um smartphone. Loureiro ressalta que outro grupo de novatos importante no mercado de consumo de crédito é formado por pessoas um pouco mais velhas, de 25 a 35 anos, que estão aproveitando as boas condições da economia, o mercado de trabalho aquecido e a alta dos salários para consumir. “Novas classes começam a ter acesso ao consumo”, diz Loureiro.
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