Pesquisadores relataram relação entre o uso de calmantes e o desenvolvimento de Alzheimer
Usar por mais de três meses calmantes à
base de benzodiazepínicos (conhecidos por nomes comerciais como
Rivotril, Valium, Lexotan e Lorax) pode elevar o risco de Alzheimer.
Essa é a constatação de uma pesquisa realizada por estudiosos canadenses
e franceses e que contou com a participação de 8.980 pessoas com mais
de 66 anos. Apesar do resultado, a razão da associação entre a doença e o
medicamento não foi encontrada.
Todos os participantes foram
acompanhados durante um período de seis anos. Do total, 1.796 tinham o
diagnóstico de Alzheimer no início do estudo. Cerca de metade dos que
apresentavam a doença usou, em algum momento da vida, benzodiazepínicos
— ante 40% dos que eram saudáveis.
A análise, que foi publicada nesta terça-feira no periódico BMJ, verificou que aqueles que utilizaram os calmantes por mais de três meses apresentavam 51% mais risco de ter Alzheimer.
“Os remédios à base de benzodiazepínicos
são, incontestavelmente, ferramentas preciosas para tratar ansiedade e
insônia. Mas os tratamentos devem ser de curta duração e não devem
passar de três meses”, dizem os especialistas.
Na pesquisa, não foi relatada a mesma
relação para os que utilizaram o medicamento por menos de três meses. “É
fundamental incentivar os médicos a levar em consideração tanto os
riscos, quanto os benefícios ao iniciarem uma terapia com esse
calmante”, afirmou Sophie Billioti de Gage, líder do estudo e estudante
da Universidade de Bordeux, na França, à revista americana Time.
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