Os recentes surtos de sarampo ocorridos nos Estados Unidos e no Brasil
sugerem que as taxas de imunização contra a doença em algumas áreas
estão abaixo do necessário para prevenir a propagação de casos
importados nas Américas. A conclusão é da Organização Mundial da Saúde
(OMS), que reforçou a importância de os países manterem altas taxas de
cobertura vacinal no Continente.
De acordo com a OMS, a eliminação do
sarampo nas Américas enfrenta grandes desafios. Até o momento, foram
identificados 147 casos confirmados da doença em quatro países do
Continente Americano este ano – 121 nos Estados Unidos –, todos ligados a
um surto registrado no parque de diversões da Disneylandia, na
Califórnia, em dezembro. Também houve um caso no México, ligado ao surto
americano, 21 no Brasil e quatro no Canadá.
Os casos no Brasil, segundo a OMS, são
parte de um surto maior que começou em 2013 e já infectou mais de 700
pessoas, em 31 municípios. Os dados mostram que, entre 2003 e 2014, as
Américas registraram um total de 5.077 casos importados de sarampo, a
maioria em 2011.
A vacina contra a doença, destaca a OMS,
é usada há mais de 50 anos e tem sua segurança e eficácia comprovadas.
Globalmente, a estimativa é que a imunização tenha prevenido cerca de
15,6 milhões de mortes entre 2000 e 2013.
A recomendação do órgão é que as
crianças recebam duas doses da vacina contra o sarampo antes de
completar 5 anos e que os níveis de cobertura, com ambas as doses, sejam
mantidos em 95% ou mais para prevenir a propagação de casos importados.
Atualmente, cerca de 92% das crianças com 1 ano, nas Américas, recebeu a
primeira dose da vacina.
Diante dos surtos recentes, a OMS
recomenda que os governos orientem os viajantes que vão a regiões onde a
doença circula a checar o cartão de vacinação. Isso é válido não apenas
para menores de 6 meses, que não devem ser vacinados. Os turistas devem
ser informados sobre os principais sintomas do sarampo e o que fazer em
caso de suspeita.
Outra medida é a sensibilização de
profissionais de saúde para comunicar de forma imediata a suspeita de
casos da doença, além de investigar contatos próximos do paciente e
locais onde ele esteve na tentativa de interromper a cadeia de
transmissão.
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