O 342º voto a favor do pedido de impeachment da presidente Dilma
Rousseff na Câmara foi dado pelo deputado federal Bruno Araújo, do PSDB
de Pernambuco. O tucano é do grupo do presidente do PSDB, senador Aécio
Neves (MG), que foi derrotado por Dilma nas eleições presidenciais de
2014.
Advogado de formação, Araújo, de 44 anos, está em seu terceiro
mandato como deputado federal. Ele ganhou projeção como parlamentar no
ano passado, quando se tornou líder da oposição na Câmara.
Oriundo de uma família de políticos, seu primeiro cargo relevante na
política foi de deputado estadual. Em 1998, aos 26 anos, ele foi eleito
pelo PSDB o deputado mais jovem do Estado de Pernambucano, com mais de
34 mil votos. No Estado, chegou a presidir a Assembleia Legislativa.
“Quanta honra o destino me reservou de poder, da minha voz, sair o
grito da esperança de milhões de brasileiros. Pernambuco nunca faltou ao
Brasil, carrego comigo nossas histórias de luta pela liberdade e pela
democracia. Por isso, vivo ao Brasil, sim, pelo futuro”, declarou o
deputado neste domingo na Câmara.
Araújo teve o nome citado na lista de pagamentos feitos pela
Odebrecht, relevada após busca e apreensão feita pela Operação Lava Jato
em março deste ano. A citação do nome do tucano é referente às
campanhas eleitorais de 2010 e 2012.
O deputado, contudo, diz que se trataram de doações oficiais, sendo
as de 2010 para sua campanha para deputado federal e as de 2012,
referentes a valores recebidos por PSDB e repassados “oficialmente” a
candidaturas a prefeito em Pernambuco.
O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato
na primeira instância, já afirmou em despachos que não é possível
concluir que essa lista da Odebrecht é fruto de dinheiro de caixa dois.
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